Mounjaro: a quem é indicado, como funciona, quais os efeitos e o preço?
Remédio de ação semanal ganhou aprovação para diabetes e obesidade no país - e agora passa a exigir retenção de receita na farmácia

Um ano e meio após a primeira aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a tirzepatida, de nome comercial Mounjaro, chegou às farmácias do país e só poderá ser vendida com retenção da receita médica.
Desenvolvido pela farmacêutica americana Eli Lilly, o medicamento é mais um representante dos análogos de GLP-1, classe que tem revolucionado o tratamento da obesidade e do diabetes.
Nos estudos clínicos, a medicação foi bastante potente para a perda de peso — mais do que a semaglutida (de Ozempic e Wegovy). Isso porque a caneta injetável de aplicação semanal tem dois mecanismos para regular a glicose e o apetite — e o concorrente tem uma via de ação.
Saiba a quem se destina o produto, como é usado, seus efeitos, reações adversas e preço
O que é?
O Mounjaro é um medicamento baseado no princípio ativo tirzepatida, molécula que imita dois hormônios naturalmente fabricados pelo corpo, o GLP-1 e o GIP. Com esse mecanismo, ele estimula a saciedade e ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue, atuando no tratamento da obesidade e do diabetes.
A quem é indicado?
A pessoas com diagnóstico de diabetes tipo 2 ou obesidade. A medicação exige prescrição médica – e retenção de receita a partir de 23 de junho – e a dosagem pode ser individualizada e reajustada de acordo com a orientação do especialista.
Como é usado?
São canetas de aplicação semanal com dosagens de 2,5 a 15 mg.
Quais os efeitos?
Os estudos clínicos envolvendo milhares de pacientes constataram controle expressivo da glicemia, algo aferido pelos exames de hemoglobina glicada, que dão uma média do nível de glicose no sangue ao longo de um trimestre. Na obesidade, a perda de peso corporal chegou a uma média de 20% – ou seja, uma pessoa de 100 kg passou a 80 kg após meses de uso.
Quais as reações adversas?
São as típicas da classe dos análogos de GLP-1, que inclui a semaglutida: náuseas, enjoo, episódios de diarreia, sensação de mal-estar e eventuais dores de cabeça. Elas podem ser contornadas com a administração escalonada das doses, quando se aumenta gradualmente a quantidade do princípio ativo.
Quais as versões disponíveis e os preços?
A tirzepatida começou a ser comercializada no Brasil nas dosagens mais baixas – espera-se que, em breve, cheguem as mais potentes. Elas custam a partir de 1 400 reais.
Mais precisamente, quem faz parte do programa de suporte ao paciente poderá adquirir as doses de 2,5 mg por 1 406 reais nas lojas digitais e por 1 506 reais nas lojas físicas, enquanto as canetas de 5 mg poderão ser encontradas por 1 759 reais no e-commerce e por 1 859 reais nas farmácias.
Já quem não faz parte do programa adquirirá as caixas de 2,5 mg por até 1 907 reais e as de 5 mg por até 2 384 reais.