Até a segunda semana de julho de 2018, o país registrou 839 mortes por gripe, um aumento de 194% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o número de óbitos foi de 285. Os dados foram divulgados recentemente pela Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde.
A taxa de infecções também foi bem elevada: foram registrados 4 680 casos em 2018 ante 1 782 em 2017. A cepa do vírus que mais causou estragos durante a temporada foi o H1N1, responsável por 567 mortes. Logo atrás, aparecem o influenza do tipo B (46 mortes) e o influenza A não subtipado (86 mortes).
Qual a explicação?
Existem diversos fatores que ajudam a entender essa subida vertiginosa. O primeiro deles seria uma possível mutação no H1N1 que levaria a uma maior agressividade do vírus no organismo. Fenômeno parecido já havia sido observado na temporada de inverno no Hemisfério Norte. Durante os meses de novembro de 2017 e fevereiro de 2048, os Estados Unidos sofreram com o pior cenário da gripe por lá desde 2009. Em terras americanas, o culpado foi outro influenza, o H3N2.
Um segundo motivo que precisa ser levado em conta foi o tempo necessário para que a meta de vacinação fosse atingida: no total, demorou três meses para que 90% do público-alvo da campanha de imunização recebesse sua dose. De acordo com reportagem do portal G1, em 2016 o mesmo objetivo foi alcançado em apenas três semanas.
Como as pessoas demoraram a procurar os postos de vacinação, ficaram muito tempo sujeitos à infecção pelo vírus. Grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e doentes crônicos, têm maior risco de sofrer com o ataque viral. Além disso, há maior probabilidade de complicações após o quadro inicial, como o aparecimento de uma pneumonia, por exemplo.
Por mais que 90% da meta tenha sido atingida, alguns estados estão bem abaixo do desejado, como Roraima (67%), Rio de Janeiro (77%) e Acre (79%). O Ministério informa que a vacina continuará disponível nas cidades que ainda tiverem estoque.