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Menopausa afeta o sono: como lidar com essa fase e dormir melhor

Insônia, apneia do sono e sono fragmentado lideram queixas das mulheres no climatério. Mas tem solução

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
10 abr 2025, 16h56
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Insônia é comum durante o climatério (GI/Getty Images)
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Uma das fases mais desafiadoras da vida da mulher, a menopausa é marcada por alterações hormonais significativas, com uma série de impactos físicos e psicológicos.

No turbilhão de sensações, ainda se encontram problemas para dormir. Os distúrbios mais comuns são a insônia, a apneia obstrutiva do sono e o sono fragmentado.

As diversas mudanças, que costumam surgir por volta dos 50 anos, podem colocar em segundo plano os cuidados com o descanso, aumentando o estresse e comprometendo a qualidade de vida.

Entenda, a seguir, os principais aspectos biológicos e hormonais que podem tirar o sono das mulheres na transição da etapa reprodutiva para a pós-menopausa.

+ Leia também: Testosterona na menopausa: o que toda mulher precisa saber

Por que elas dormem mal na menopausa?

A menopausa marca o último ciclo menstrual, representando o encerramento do período reprodutivo. Embora a idade média seja de 50 anos, ela varia entre as pessoas, por conta de fatores genéticos e individuais, como obesidade e tabagismo, por exemplo.

Cerca de 90% das mulheres têm a última menstruação entre 45 e 55 anos.

Dificuldade persistente para iniciar ou manter o sono, mesmo em condições ideais, a insônia assombra essa fase da vida por uma série de questões. A começar pelas alterações hormonais, marcadas pela queda do estrogênio no organismo, como explica a médica ginecologista Helena Hachul, do Instituto do Sono.

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“O declínio do estrogênio leva aos fogachos, que são ondas de calor seguidas pelo suor excessivo. Esses sintomas vasomotores aparecem com uma frequência variada, acometem cerca de 70% das mulheres e duram sete anos, em média”, afirma Hachul.

Estudos revelam que o fenômeno está associado ao despertar durante a noite, que pode ocorrer antes, durante ou após a passagem da sensação de quentura pelo corpo.

+ Leia também: A vida não pausa: pesquisa mapeia percepções sobre a menopausa

Abalos na saúde mental e mais xixi

A ginecologista acrescenta que a associação entre os fogachos e a ansiedade potencializa a dificuldade para dormir.

“Além da perda de hormônio, a mulher está vivendo um cenário complexo. Os filhos estão crescendo ou saindo de casa para estudar, há mudanças na rotina diária e até mesmo o cuidado com os pais idosos, tudo isso acaba levando a sintomas depressivos e de ansiedade, impactando na qualidade do sono”, detalha.

Quando ela consegue finalmente pregar os olhos, outro incômodo traiçoeiro pode despontar.

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As baixas no estrogênio também provocam impactos para a região íntima feminina, com destaque para a secura vaginal, relacionada a dores durante as relações sexuais e alterações no trato urinário.

Uma condição chamada nictúria, explicada pelo aumento na flacidez da bexiga, eleva a necessidade de urinar, inclusive durante as madrugadas.

“Esse despertar para ir ao banheiro é um motivo de fragmentação do sono, a mulher acorda e depois não consegue voltar a dormir”, frisa a ginecologista.

Ganho de peso também influencia

Com o passar do tempo e a queda do estrogênio, são comuns mudanças no metabolismo dos ossos, perda de colágeno e aumento de gordura na região abdominal.

O ganho de peso e o acúmulo de gordura na área cervical são fatores que favorecem o desenvolvimento da apneia obstrutiva do sono, quadro relacionado a bloqueios sucessivos da respiração ao longo da noite.

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“Estudos mostram que cada centímetro de circunferência abdominal aumenta em 5% o risco do problema”, destaca Hachul. A ginecologista afirma que é comum receber pacientes em consultório com queixas de insônia, relatando sono fragmentado e ruim.

“A ausência de alguém para perceber as paradas respiratórias durante a noite também leva a essa percepção. No entanto, em boa parte dos casos trata-se de apneia obstrutiva do sono, que é muito prevalente nessa fase da vida”, pontua Hachul.

+Leia também: Insônia nunca mais: os caminhos para superar o problema

Como dormir melhor na menopausa?

As manifestações ao longo do climatério variam de um mulher para outra, algumas podem experimentar sinais mais brandos, enquanto outras estão sujeitas a quadros mais exuberantes.

Nesse cenário, os tratamentos são definidos pelo médico de acordo com a avaliação individual. Considerando os distúrbios do sono, o primeiro passo é checar se as condições são fruto do climatério ou se já existiam e foram exacerbadas com demais alterações desse momento.

Entre as estratégias disponíveis para o cuidado da menopausa estão a terapia de reposição hormonal, medicações para alívio dos sintomas, além de hidratante, creme ou laser vaginal para melhora da lubrificação.

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Ao mesmo tempo, entram em ação as medidas para o manejo dos distúrbios do sono, que variam de acordo com cada encrenca.

No caso da insônia, pode ser útil a realização da higiene do sono, que prevê mudanças de comportamento para facilitar o adormecimento, como evitar ir para a cama de estômago cheio, reduzir a iluminação do quarto, evitar usar o celular na cama e manter horários fixos de dormir e despertar.

Em alguns casos, a psicoterapia é indicada para atenuar sintomas depressivos e de ansiedade que atrapalham o sono.

Para contornar a apneia obstrutiva do sono, é necessário, em primeiro lugar, fazer o diagnóstico correto da condição. A identificação é feita a partir de avaliação médica e pelo exame de polissonografia, que avalia o sono durante a noite em clínicas especializadas.

O tratamento base envolve o CPAP, sigla em inglês para aparelho de pressão positiva contínua. O equipamento, que tem ganhado versões menores e mais confortáveis, mantém o fluxo de ar constante por meio de uma máscara.

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Chegue bem

Para chegar bem à menopausa, é preciso se preparar com antecedência.

“Recomendamos às pessoas que estão com mais de 40 anos medidas de planejamento para essa fase de transição. Vale intensificar a atividade física, buscar estratégias para relaxar e zelar pela saúde mental, uma vez que os impactos emocionais das alterações físicas são significativos”, pontua Hachul.

No contexto nutricional, é importante investir em dietas equilibradas, ricas em nutrientes como cálcio, fibras, vegetais e, principalmente, valorizar a hidratação diária.

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