Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Maior estudo genético sobre epilepsia encontra mutações predisponentes

Com participação de neurologistas brasileiros, pesquisa pode ajudar a desenvolver e reposicionar tratamentos para crises generalizadas dessa doença

Por Larissa Beani
22 dez 2023, 15h16

Uma equipe internacional de pesquisadores analisou o material genético de quase 30 mil pessoas e identificou 26 áreas do DNA humano que podem abrigar mutações capazes de aumentar o risco de epilepsia.

“A epilepsia é uma doença crônica em que o indivíduo apresenta crises epiléticas de repetição. Elas são provocadas por descargas elétricas anormais no cérebro que alteram nossa consciência e movimentos“, explica a neurologista Iscia Lopes-Cendes.

Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia (Brainn) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, ela foi a responsável por coordenar a participação brasileira na investigação, cujo artigo foi publicado na Nature Genetics.

Trata-se do maior estudo já feito sobre a influência genética na epilepsia. O trabalho foi coordenado pelo Consórcio sobre Epilepsias Complexas da Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE) e contou com a colaboração de mais de 150 estudiosos da América do Sul e do Norte, Europa, Ásia e Austrália.

Continua após a publicidade

O Brainn foi a única instituição a representar a ciência latino-americana.

+ Leia também: Epilepsia: o curto-circuito tem conserto

Novos achados

Nas 26 regiões do DNA que predispõem à epilepsia, os pesquisadores encontraram 29 genes que podem contribuir para as crises.

Continua após a publicidade

A identificação foi feita ao comparar o genoma dos 30 mil portadores de epilepsia com um grupo controle de 52 mil indivíduos saudáveis.

As novas descobertas podem ajudar os cientistas a caracterizar melhor os diferentes subtipos de epilepsia e, assim, melhorar o diagnóstico nos consultórios médicos, inclusive oferecendo novos testes genéticos.

Além disso, novos tratamentos podem ser desenvolvidos ou reposicionados para o manejo das crises epilépticas a partir da melhor compreensão dos mecanismos da doença.

Continua após a publicidade

+ Leia também: Nem toda epilepsia é igual

“Quem sabe um dia poderemos falar na cura da epilepsia”, afirma a neurologista da Unicamp. “Por enquanto, trabalhamos apenas  com o controle das crises”. Ao redor do mundo, mais de 50 milhões de pessoas convivem com o problema.

Esse trabalho traz avanços consideráveis na compreensão das causas dessa doença crônica, mas ainda há muito trabalho a ser feito.

Continua após a publicidade

As mutações encontradas se relacionam apenas a casos de epilepsia generalizada, uma categoria de crises convulsivas que afeta todo o cérebro e cujo foco da atividade elétrica anormal não é claramente definido.

Já em relação às epilepsias focais, em que a anormalidade se restringe a uma parte definida do cérebro, pouco se sabe sobre as influências genéticas.

+ Leia também: Quais são os cuidados básicos quando se tem epilepsia

Mas os pesquisadores por trás do consórcio que realizou esse estudo já estão com isso em mente. Eles inclusive consideram fazer uma nova análise genética dessa vez com 50 mil voluntários com diferentes subtipos de epilepsia.

“Esperamos, assim, encontrar mais regiões do DNA que nos ajudem a compreender o funcionamento das crises e também descobrir mais informações sobre as epilepsias focais”, aguarda Iscia.

O estudo publicado neste ano é, na realidade, a expansão de um trabalho divulgado em 2018, que já havia analisado 15 mil pessoas com a condição e encontrado 16 regiões relacionadas à doença.

Continua após a publicidade

A pesquisa recente dobrou o número de voluntários e identificou 10 regiões a mais que o trabalho anterior.

Compartilhe essa matéria via:

W3siaWQiOjg3NTY1LCJ0aXRsZSI6IkVwaWxlcHNpYTogbyBjdXJ0by1jaXJjdWl0byB0ZW0gY29uc2VydG8ifSx7ImlkIjo3NDI3LCJ0aXRsZSI6IlF1YWlzIHMmI3hFMztvIG9zIGN1aWRhZG9zIGImI3hFMTtzaWNvcyBxdWFuZG8gc2UgdGVtIGVwaWxlcHNpYSJ9LHsiaWQiOjMxMDU1LCJ0aXRsZSI6Ik1vcnRlIHMmI3hGQTtiaXRhICYjeEU5OyBhIHByaW5jaXBhbCBwcmVvY3VwYSYjeEU3OyYjeEUzO28gZGEgZXBpbGVwc2lhLiBWZWphIGNvbW8gcHJldmVuaXIifV0=[/abril-veja-tambe

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.