Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Imunoterapia prolonga vida de mulheres com o câncer de mama mais agressivo

Um remédio de última geração garantiu maior sobrevida contra o tumor de mama triplo-negativo, o mais letal da categoria e que possui poucos tratamentos

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 5 jul 2019, 17h07 - Publicado em 22 out 2018, 17h42
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ao contrário de outros cânceres de mama, o tipo triplo-negativo ainda tem poucos tratamentos. Mas um grande estudo com o remédio atezolizumabe (uma imunoterapia da farmacêutica Roche) promete ampliar o leque de remédios contra essa versão mais letal da doença e, acima de tudo, prolongar a vida das pacientes.

    Publicidade

    Divulgada no periódico científico The New England Journal of Medicine, a pesquisa envolveu mais de 900 mulheres com câncer de mama triplo-negativo em fase avançada – o problema já havia se espalhado para outros órgãos. Elas foram divididas em duas turmas: uma tomou o tal atezolizumabe em conjunto com o quimioterápico nab-paclitaxel (da Celgene), enquanto a outra recebeu apenas um medicamento placebo e a quimioterapia.

    Publicidade

    Com o tempo, notou-se que metade das voluntárias do primeiro grupo sobreviveram pelo menos 21,3 meses após o início do experimento. Para ter ideia, esse número caiu para 17,6 meses no outro pessoal.

    E mais: quando o câncer tinha características moleculares que o tornavam mais responsivo ao atezolizumabe, essa taxa atingiu a marca de 25 meses entre as mulheres que receberam o imunoterápico e a químio.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    “Esses resultados vão mudar o jeito de tratar o tumor de mama triplo-negativo”, afirma Peter Schmid, oncologista do Bartholomew’s Breast Cancer Center, na Inglaterra, e um dos autores da investigação. “Esse é o primeiro tratamento imunoterápico que aumenta a sobrevida nesse tipo de câncer”, completa, em comunicado.

    Atualização: o atezolizumabe foi aprovado para o câncer de mama triplo-negativo em maio de 2019.

    Publicidade

    Como o atezolizumabe funciona

    Ele pertence ao arsenal da imunoterapia, um conjunto de drogas que estimula as nossas próprias células de defesa a atacarem o câncer. O desenvolvimento dessa estratégia rendeu inclusive o Prêmio Nobel de Medicina de 2018 a uma dupla de cientistas.

    O atezolizumabe especificamente mira uma molécula chamada PDL-1. Ela é produzida pelo câncer como uma forma de enganar o sistema imunológico do corpo. Ao entrar em contato com essas partículas, os soldados do organismo deixam de encarar o tumor como um inimigo.

    Publicidade

    Aí que está: ao inibir a tal PDL-1, esse remédio ajuda o sistema imunológico a reconhecer o câncer. Não à toa, ele funcionou melhor nas pacientes que possuíam tumores de mama com concentrações mais altas dessa molécula.

    Continua após a publicidade

    O uso combinado com a quimioterapia também tem motivo de ser. A hipótese é a de que essa arma mais tradicional provoque alterações nas células cancerosas que serviriam como um empurrão a mais para que nossas defesas identifiquem o oponente da vez.

    Publicidade

    Do ponto de vista de efeitos colaterais, as injeções de atezolizumabe costumam ser bem toleradas. No entanto, o combo com a químio gerou reações adversas que levaram à interrupção do tratamento em 15,9% dos casos. Já na turma que tomou apenas a quimioterapia, esse índice foi de 8,2%.

    O câncer de mama triplo-negativo e o tratamento atual

    Esse tumor não apresenta três alvos que podem ser atacados por determinados tratamentos – daí seu nome. Para ser mais específico, ele NÃO tem:

    • Receptores de estrogênio, um hormônio feminino
    • Receptores de progesterona, outro hormônio feminino
    • Proteína HER2

    Sem esses tais biomarcadores, fica difícil enfrentá-lo com hormonioterapia ou terapia-alvo, por exemplo.

    Continua após a publicidade

    Se ele é diagnosticado logo no início, ainda pode ser removido com cirurgia. Do contrário, as mulheres com câncer de mama triplo negativo – que correspondem de 10 a 15% dos casos – hoje têm à disposição basicamente a quimioterapia, eventualmente com apoio da radioterapia.

    Essa carência de terapias modernas contribui para a alta taxa de mortalidade da enfermidade. Antes do atezolizumabe, outros medicamentos inovadores foram testados, sem sucesso. Daí a importância do resultado atual.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.