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Fumaça do cigarro mata as células do olho, diz estudo

Exposição aos componentes da fumaça do cigarro tradicional e aos aerossóis dos dispositivos de tabaco aquecido podem levar a problemas visuais

Por Alexandre Raith, da Agência Einstein*
18 nov 2021, 13h06

O impacto do cigarro na saúde ocular, embora conhecido dos especialistas, ganhou um novo capítulo. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Farmacêutica Gifu, no Japão, destaca que a fumaça produzida ao fumar leva à morte das células da córnea e pode afetar não apenas os fumantes ativos, mas também quem estiver perto, os passivos.

Os resultados publicados no periódico Scientific Reports, vinculado à Nature, revelam que a exposição aos componentes da fumaça do cigarro gera um acúmulo de ferro, que mata as células do epitélio da córnea — camada mais externa do olho, cuja função é absorver nutrientes e oxigênio das lágrimas, e proteger contra infecções.

A mesma reação foi observada com o aerossol produzido pelos produtos de tabaco aquecido (PTA). Embora diferentes dos cigarros eletrônicos, estes também exigem um dispositivo eletrônico para o uso e nem sempre vêm com nicotina.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores cultivaram em laboratório culturas de células do epitélio da córnea humana, e expuseram parte delas a um extrato da fumaça do cigarro e do aerossol do PTA, que continham a maioria dos ingredientes inalados pelos fumantes.

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Após 24 horas, o número de células mortas nas culturas expostas à fumaça e aos aerossóis foi maior do que em comparação àquelas que não interagiram com as substâncias.

Ao entrar em contato com os componentes do cigarro, a ferritina dentro das células oculares se decompõe, liberando o ferro armazenado. O acúmulo deste, por consequência, prejudica as próprias células. Embora os resultados sejam importantes, os próprios autores destacam que mais estudos são necessários, principalmente em seres humanos, para confirmar os achados.

Danos graves dependem da exposição à fumaça

De acordo com Marco Antonio de Souza Alves, membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, os danos causados pela fumaça do cigarro, em geral, não são permanentes. “É uma lesão na córnea em uma camada mais superficial, que é o epitélio. Por isso, se regenera”, explica.

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No entanto, uma exposição contínua que cause um ferimento na córnea levaria a problemas mais graves. “Nas células mais superficiais, pode gerar uma distorção na visão, um astigmatismo irregular. No caso de lesões mais profundas, causando uma cicatriz, que chamamos de leucoma, pode levar até a cegueira, tendo indicação para um transplante de córnea”, diz Alves.

Vale lembrar que o uso do cigarro — e não apenas a exposição à fumaça — está associado a diferentes problemas de visão, como a degeneração macular, o glaucoma e mesmo o surgimento de catarata. As doenças são decorrentes de danos causados às camadas mais internas do olho, como a retina, o nervo óptico e o cristalino.

*Esse conteúdo foi publicado originalmente pela Agência Einstein.

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