Esclerose lateral amiotrófica (ELA): entenda doença de ator de Grey’s Anatomy
Doença neurodegenerativa que leva à perda dos movimentos voluntários de todo o corpo também acometeu o físico Stephen Hawking

O ator Eric Dane, 52, revelou em uma entrevista exclusiva à revista People que foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (doença que também é chamada pela sigla, ELA). Ele é conhecido por interpretar o médico Mark Sloan na série americana Grey’s Anatomy.
Dane afirmou estar grato por ter a família ao seu lado neste momento e disse que seguirá atuando. “Sinto-me sortudo por poder continuar trabalhando e estou ansioso para voltar às gravações de Euphoria na próxima semana”, disse à revista.
No drama da HBO, ele faz o papel de Cal Jacobs, pai de Nate, personagem interpretado por Jacob Elordi. As gravações da terceira temporada da série serão retomadas na segunda-feira (14).
A esclerose lateral amiotrófica é uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso, levando à perda dos movimentos voluntários em todo o corpo. Progressivamente, o paciente deixa de conseguir falar, comer, caminhar e até respirar.
Em 2014, a condição ganhou atenção nas redes sociais por causa do “ice bucket challenge”, ou “desafio do balde de gelo”, corrente de vídeos promovida para incentivar a conscientização e a doação para pesquisas sobre a ELA.
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O que é esclerose lateral amiotrófica?
A esclerose lateral amiotrófica faz com que as células do cérebro e da medula espinhal que controlam os músculos do corpo (os neurônios motores) se deteriorem e morram.
Os problemas no movimento decorrem disso, já que as células não são mais capazes de enviar o sinal ordenando que os músculos se mexam.
Degenerativa, a doença causa atrofia progressiva dos músculos. Os movimentos voluntários são os primeiros a serem limitados e, com o tempo, o paciente tem complicações respiratórias, na fala e na digestão.
A condição também é chamada doença de Lou Gehrig, em homenagem ao famoso jogador de baseball que recebeu o diagnóstico.
A progressão da ELA é variável. Em média, os pacientes vivem de 3 a 5 anos após o diagnóstico, mas existe quem viva mais de 10 anos com a condição. O célebre físico britânico Stephen Hawking é um exemplo disso. Ele foi diagnosticado com apenas 21 anos e morreu aos 76 anos.
Sintomas
Os primeiros sintomas da ELA costumam ser a contração e a fraqueza em um dos membros, seja nas mãos, pés, pernas ou braços. Depois, aparecem sinais como a dificuldade para engolir e a disartria – fragilidade dos músculos da fala, que provoca uma fala arrastada ou lenta.
A doença se espalha para os outros músculos do organismo, provocando complicações. Em algumas situações, pacientes diagnosticados podem sofrer de uma forma precoce de demência.
Essa fraqueza muscular não costuma ser acompanhada por dor. Outros possíveis sintomas de ELA são:
- Fraqueza nas pernas e pés, o que gera quedas e tropeços;
- Rigidez muscular;
- Dificuldade para desempenhar atividades cotidianas;
- Cãibras;
- Choro, risada ou bocejos incontroláveis;
- Mudanças comportamentais.
O que causa a ELA?
Alguns casos de ELA estão associados à herança genética. Diversas causas são investigadas por pesquisadores, mas os fatores exatos que desencadeiam a doença ainda não são conhecidos. A exposição a substâncias tóxicas e ao cigarro parece aumentar os riscos de desenvolver a condição.
A idade em que o diagnóstico costuma ser realizado é na faixa dos 55 aos 75 anos. No entanto, existem casos de pessoas diagnosticados antes disso – como Stephen Hawking e o próprio Eric Dane, que tem tem 52 anos.
Não existe um único teste específico para identificar a ELA. Para descartar outras doenças e confirmar o diagnóstico, raio X, ressonância magnética, biópsia e eletromiografia são alguns dos exames utilizados.
Testes de sangue e de urina, assim como punções lombares, podem ser indicados.
Existe tratamento?
Ainda não existe uma cura para a ELA. Medicamentos inovadores são alvos de testes clínicos em todo o mundo.
No Brasil, o único tratamento medicamentoso aprovado é o riluzol, distribuído gratuitamente no SUS. A droga reduz a velocidade de progressão da ELA e pode melhorar as condições de vida do paciente.
Um acompanhamento multiprofissional, incluindo neurologista, fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo e outros médicos é o mais recomendado para elevar a qualidade de vida de quem tem a doença.