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Escarlatina: o que é, quais os sintomas e como tratar a doença

Doença infecciosa é causada pela bactéria Streptococcus pyogenes

Por Lucas Rocha
30 nov 2023, 17h32

Depois da pandemia, o mundo registra um aumento na incidência de escarlatina, doença bacteriana que afeta principalmente crianças.

“O crescimento é consequência do longo período de isolamento e das medidas de distanciamento implementadas para conter o coronavírus”, afirma a pediatra e infectologista Carla Kobayashi, do Hospital Sírio-Libanês.

A médica explica que as crianças em idade escolar foram menos expostas nos últimos três anos a infecções comuns como a escarlatina, tornando-as mais suscetíveis ao contágio pela bactéria causadora da doença.

Apesar de suscitar preocupação entre os pais, a infecção é facilmente tratável. Conheça os principais sintomas e riscos de complicação, saiba como são feitos o diagnóstico e o tratamento.

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O que é a escarlatina?

A escarlatina é uma doença infecciosa causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, também conhecida como Estreptococos do grupo A. O agente é responsável por diversas outras infecções como faringite bacteriana, impetigo e erisipela.

“A infecção afeta principalmente indivíduos em idade escolar, e é caracterizada por um quadro de amigdalite, acometimento da garganta, febre e aparecimento de manchas avermelhadas pelo corpo”, afirma o médico Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

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A bactéria é transmitida pela convivência próxima com pessoas infectadas, mesmo que elas não apresentem sintomas, através de gotículas de saliva ou secreções contaminadas. “O contágio pode também ocorrer a partir do contato com a bactéria em infecções de pele”, acrescenta Sáfadi.

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Quais são os principais sintomas?

Dor de garganta, febre e lesões avermelhadas e de característica áspera na pele são os principais sintomas da escarlatina.

A infecção pela bactéria costuma tornar a língua vermelha e áspera, condição popularmente chamada de “língua em framboesa”. Dor de cabeça, náuseas e vômitos são manifestações menos comuns.

Algumas peculiaridades podem servir de dica para os pais. “De forma geral, essas manchas, que chamamos de exantema, se instalam de forma abrupta, junto ao início da febre, e tomam rapidamente o corpo com aspecto de lixa na pele”, detalha o pediatra.

Sáfadi destaca outras características das lesões: o fato de elas pouparem a região ao redor da boca, preferindo regiões de dobras, como axilas, atrás dos joelhos e dos cotovelos.

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Infecção pela bactéria pode tornar a língua vermelha e áspera, a “língua em framboesa” (Foto: NHS/Divulgação)

Sem o tratamento adequado, a infecção bacteriana pode trazer complicações, que são classificadas em dois grupos: agudas e tardias.

“As agudas ocorrem junto com o quadro da amigdalite, como formação de abcessos (acúmulo de pus), por exemplo. As outras surgem algum tempo após a doença. Entre elas, o acometimento cardíaco, doença reumática e uma inflamação dos rins chamada glomerulonefrite”, diz Sáfadi.

A bactéria também pode se disseminar pelo organismo causando inflamações. Os locais mais afetados como ouvidos, seios da face (sinusite), laringe e nas membranas que revestem o encéfalo (meningite).

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O diagnóstico da escarlatina

Diante de sintomas suspeitos, a criança deve ser encaminhada para avaliação médica.

Além do exame físico, a confirmação da infecção pode ser realizada a partir de exame laboratorial de uma amostra de secreção coletada da garganta com o uso de um cotonete específico, chamado swab, que se tornou bastante conhecido pelo teste de Covid-19.

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“Contudo, na maioria das vezes, o diagnóstico é feito apenas com base nos sintomas”, pontua Carla.

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Como é feito o tratamento

O tratamento da escarlatina é feito com a utilização de remédios antibióticos a partir de recomendação médica. A penicilina elimina a bactéria e evita complicações.

“Depois de 24 horas de uso do medicamento correto, a criança não transmite mais a doença e pode retornar às suas atividades escolares se tiver se recuperado bem”, diz o especialista da SBP.

A médica do Sírio Libanês explica que a infecção não gera uma imunidade duradoura para os próximos encontros com o patógeno.

“Após o ciclo completo do antibiótico e a melhora dos sintomas, o indivíduo é considerado curado, mas ele pode ter mais de uma infecção pelo Estreptococos”, diz Carla.

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Como prevenir?

A prevenção inclui o isolamento dos infectados até a melhora completa da febre ou durante o primeiro dia de uso do antibiótico.

Além disso, são recomendadas boas práticas de higiene como lavagem das mãos com regularidade e o não-compartilhamento de itens de uso pessoal, além de medidas de etiqueta respiratória, incluindo cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar.

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