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Enxaqueca: primeiro tratamento específico contra ela chega ao Brasil

O remédio promete reduzir o número e a intensidade das crises de dor de cabeça – e trazer menos reações adversas que os tratamentos atuais

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 16 jan 2020, 17h55 - Publicado em 26 mar 2019, 12h21

Embora atinja uma a cada sete pessoas, a enxaqueca não tinha no Brasil um tratamento específico – as drogas utilizadas para controlar as crises são voltadas a outras doenças. Mas isso mudou com a aprovação do erenumabe (nome comercial: Pasurta), o primeiro remédio feito exclusivamente para esse problema, marcado por episódios intensos de dor de cabeça, enjoo e sensibilidade à luz, entre outros sintomas.

“O medicamento abre uma nova via terapêutica contra a enxaqueca”, afirma a neurologista Aline Turbino, chefe do Setor de Investigação de Cefaleias do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo. “Ele tem boa eficácia e as reações adversas são brandas”, completa.

Comecemos, então, pela sua capacidade de amenizar a enxaqueca. Produzido pela farmacêutica Novartis, o erenumabe diminuiu pela metade o número de crises após quatro meses de uso, em uma pesquisa da King’s College de Londres, na Inglaterra. Isso entre voluntários que, em média, sofriam com as dores de cabeça oito vezes ao mês.

“A droga também reduz a intensidade dos incômodos e melhora a funcionalidade do paciente”, completa a médica.

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Essa nova opção é administrada uma vez por mês diretamente na pele com uma espécie de canetinha. Ela é parecida com aquelas utilizadas para aplicar insulina em diabéticos.

Mas como o erenumabe funciona? Basicamente, bloqueando a ação de uma molécula chamada CGRP, que está envolvida no processo inflamatório associado aos sintomas da enxaqueca.

Efeitos colaterais

Atualmente, os profissionais lidam com a enxaqueca prescrevendo remédios para epilepsia, pressão alta, depressão, e por aí vai. “Eles ajudam em muitos casos, mas as reações adversas podem ser intensas”, destaca Aline.

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Sonolência, ganho de peso e tontura estão entre os efeitos indesejados. Isso sem contar que esses fármacos precisam ser tomados com frequência, o que dificulta a adesão.

Já o erenumabe teve um perfil de segurança similar ao do placebo, segundo os estudos. As reações mais comuns estão ligadas ao modo de aplicação – ou seja, às vezes pode surgir um pouco de vermelhidão e desconforto na pele.

“A contraindicação formal é para as gestantes, porque não foram realizadas pesquisas com esse grupo”, complementa Aline.

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Quando o tratamento estará disponível

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já deu seu aval. Mas a novidade ainda precisa passar por outros trâmites, como a definição de seu preço na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), também vinculada à Anvisa.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Novartis estima que o erenumabe chegará às farmácias ainda no primeiro semestre de 2019.

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Seu valor no Brasil não foi decidido. Nos Estados Unidos, onde foi liberado no ano passado com o nome de Aimovig, o custo anual fica na casa dos 7 mil dólares. No entanto, os preços das medicações às vezes variam consideravelmente entre uma nação e outra.

Ao desembarcar por aqui, essa opção estará restrita ao sistema privado. Pelo menos em um primeiro momento.

Para quem é

Até pelo custo e pelo fato de as primeiras pesquisas estarem saindo nos últimos anos, o erenumabe não deve ser aplicado em todas as pessoas com enxaqueca.

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“As recomendações americanas e europeias o indicam para indivíduos que já passaram por outros dois tratamentos sem sucesso. É um paciente mais complexo”, analisa Aline.

Pessoas que não toleram os outros fármacos ou que correm risco de alguma interação medicamentosa também são potenciais candidatos.

E um recado final: nos Estados Unidos, outra droga com ação similar já foi aprovada. É o fremanezumabe, da farmacêutica Teva. A estimativa é que desembarque por aqui em 2020 como mais uma opção para a turma que reclama da enxaqueca.

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