Até 2040, a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que o número de novos casos de câncer colorretal — hoje estimados em 1,9 milhão anuais — cresça 63%, chegando a 3,2 milhões ao ano.
Para enfrentar esse cenário, cientistas estão desenvolvendo novas técnicas de detecção do tumor, mirando o diagnóstico precoce para melhorar as chances de sobrevivência à doença.
Nos Estados Unidos, foi criado um teste de DNA que identifica, em amostras de fezes, marcadores de tumores intestinais com 94% de precisão.
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“Comparada ao teste imunoquímico fecal, usado atualmente, essa nova geração de exames teve uma sensibilidade superior tanto para o câncer colorretal quanto para pólipos pré-cancerosos avançados”, afirma o gastroenterologista Thomas Imperiale, líder do empreendimento.
A tecnologia foi testada em mais de 21 mil voluntários, mas ainda precisa ser aprimorada até ser aprovada para a prática clínica.
Caça de tumores pelo sangue
Ainda em busca de revolucionar o diagnóstico do câncer colorretal, outro time americano criou um exame capaz de detectar o problema a partir de fragmentos de DNA dispersos na corrente sanguínea.
Após analisar quase 8 mil amostras, o teste registrou uma sensibilidade de 83% para a identificação de tumores. O exame, porém, não performou bem quando os alvos foram as lesões pré-cancerosas: ele só reconheceu 13% delas.
A exemplo do método que apura DNA em fezes, os resultados foram publicados no reputado periódico The New England Journal of Medicine.
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Atenção!
Presença de sangue nas fezes, mudanças nos hábitos intestinais, cansaço e perda de peso são sinais de alerta. A partir da suspeita clínica, exames para confirmar ou excluir o diagnóstico são solicitados, como análise de sangue em fezes e colonoscopia.
Ultrassonografias, ressonâncias magnéticas e tomografias são recursos complementares.
No Brasil, cerca de 45 mil novos casos são diagnosticados a cada ano.