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Quem deve fazer o exame de colonoscopia?

Esse teste é aliado no combate ao câncer de intestino. Saiba quando realizá-lo – e quais outras atitudes protegem contra a doença

Por Antônio Lacerda Filho, Herberth Toledo, Sergio Pessoa e Marcelo Averbach, médicos*
Atualizado em 25 abr 2023, 13h38 - Publicado em 23 mar 2023, 09h36

Ao longo de anos, incontáveis estudos têm mostrado a eficácia da colonoscopia na prevenção do câncer de intestino.

O exame permite visualizar todo o intestino grosso e a parte final do delgado por meio da introdução de um tubo flexível dotado de uma câmera na sua extremidade – é realizado sob sedação e, portanto, não causa dor.

É por meio da colonoscopia que conseguimos detectar lesões conhecidas como pólipos, que, se não removidas, podem se tornar malignas com o passar dos anos.

No entanto, no final do ano passado um estudo questionou os benefícios do exame na prevenção do câncer de intestino, fazendo a colonoscopia ganhar as manchetes.

No trabalho, realizado de forma randomizada, foram selecionadas 84 585 pessoas da Polônia, Noruega e Suíça, com idade entre 55 e 64 anos, sendo que 28 220 foram orientadas a fazer a colonoscopia e 56 365 não realizaram nenhuma forma de prevenção.

Os pesquisadores alegam que, no período médio de dez anos, registraram 259 casos da doença no grupo submetido ao exame, e 622 no outro grupo. Isso corresponderia a um risco desse tipo de tumor de 0,98% no primeiro grupo contra 1,20% no segundo.

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+ Leia também: Câncer colorretal: como garantir qualidade de vida a quem fez a cirurgia

Em outras palavras, os resultados sugerem que, ainda que em uma coorte regionalizada (Polônia, Noruega e Suécia), a cada 455 colonoscopias, apenas um caso de câncer colorretal foi prevenido.

Ou seja, um cenário desanimador para as políticas de rastreamento vigente no Brasil e na maior parte do mundo. No entanto, a cuidadosa leitura desse artigo mostra baixos índices de aderência.

Veja: das mais de 28 mil pessoas alocadas no grupo orientado a fazer a colonoscopia, somente 42% realmente a realizaram.

Obviamente, o rastreamento só tem eficácia quando acompanhado de engajamento.

Além disso, a qualidade da colonoscopia também é algo fundamental para seu resultado. E o que se percebe é que boa parte dos colonoscopistas do estudo tiveram taxa de detecção de adenomas inferior aos 25% recomendados.

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Os pacientes que se submeteram à colonoscopia apresentavam algum sintoma? Foi levada em consideração a experiência do médico que executou o exame?

+ Leia também: Entenda o câncer colorretal, diagnosticado em Preta Gil

Essas são algumas das perguntas para as quais o estudo também não trouxe resposta, o que coloca em xeque a relevância da pesquisa do grupo NordICC Study e mantém a recomendação das entidades médicas brasileiras de se fortalecer as políticas de rastreamento como forma eficaz e segura de prevenir o câncer de intestino.

Março Azul

Convictos dessa missão de conscientizar a população sobre a importância da prevenção do câncer de intestino, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) realizam a Campanha Março Azul, que, neste ano, traz o tema Saúde é prevenção: cuide de você, evite o câncer de intestino.

A doença acomete milhares de brasileiros todos os anos – incluindo personalidades como as cantoras Simony e Preta Gil; o cartunista Paulo Caruso; e atletas como Pelé e Roberto Dinamite.

O câncer de intestino é o terceiro tipo de tumor mais incidente no Brasil (excluindo-se o de pele não melanoma), sendo o segundo mais comum no homem (atrás do câncer de próstata) e na mulher (atrás do de mama).

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O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, em 2023, serão registrados 45 630 novos casos de câncer de intestino no país.

Felizmente, esse é um dos tipos de tumor que podem ser prevenidos. Mas, para isso, é crucial adotar um estilo de saudável e se submeter a exames como a colonoscopia.

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Benefícios da prevenção

A primeira colonoscopia é recomendada, em geral, a partir dos 45 anos.

Em alguns casos, no entanto, a recomendação é de que a investigação comece antes disso, como quando há histórico de câncer de intestino na família.

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Além disso, o tumor intestinal pode estar relacionado a fatores de risco como:

  • Sobrepeso/obesidade
  • Dieta rica em alimentos processados e carne vermelha
  • Tabagismo
  • Ingestão de bebidas alcoólicas em demasia
  • Doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn

+ Leia também: Obesidade: novos remédios, velhos dilemas

Sintomas

Entre os principais sintomas do câncer de intestino estão:

  • Alterações do hábito intestinal, com diarreia ou constipação persistente
  • Sangue nas fezes
  • Cólicas abdominais
  • Dor ao evacuar e/ou sensação de evacuação incompleta
  • Redução do apetite
  • Perda de peso
  • Anemia
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Recomendações contra o câncer de intestino

Além de exames como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, hábitos de vida saudáveis ajudam na prevenção da doença.

Entre eles podemos destacar:

  • Exercitar-se regularmente
  • Manter o peso sob controle
  • Não fumar
  • Não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas
  • Ter uma alimentação rica em verduras, frutas, legumes e cereais integrais
  • Beber cerca de 2 litros de água por dia
  • Evitar o consumo excessivo de carne vermelha, alimentos ultraprocessados e embutidos, como salsicha, linguiça, peito de peru, salame e presunto

Atualmente, cerca de 85% dos casos de câncer de intestino são diagnosticados em fase avançada, aumentando os custos com tratamento e diminuindo as chances de cura.

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Junte-se à campanha Março Azul na prevenção do câncer de intestino compartilhando as informações disponíveis nas redes sociais da Campanha Março Azul!

*Antônio Lacerda Filho é presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), Herberth Toledo é presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Sergio Pessoa é presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e Marcelo Averbach é coordenador da Campanha Março Azul

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