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Câncer colorretal: como garantir qualidade de vida a quem fez cirurgia

Muitas vezes, os pacientes precisam usar a bolsa de ostomia, que demanda ajustes na rotina. Mas dá para viver com ela numa boa

Por Ulysses Ribeiro Jr., cirurgião do aparelho digestivo*
Atualizado em 25 abr 2023, 13h51 - Publicado em 10 mar 2023, 17h15

O mês de março é marcado pela cor azul marinho devido à campanha em prol da conscientização sobre o câncer colorretal, caracterizado por tumores que se iniciam no intestino grosso – também conhecido como cólon – e no reto, a parte final do intestino, que antecede o ânus.

Além de falar sobre diagnóstico precoce e prevenção, é necessário um olhar humanizado aos pacientes que são tratados desse tumor.

Entenda o câncer colorretal

A doença surge, na maioria dos casos, a partir de pólipos, lesões benignas que crescem na parede do intestino grosso.

Ela pode se desenvolver de forma silenciosa até causar sintomas, como alterações do hábito intestinal (diarreia ou constipação), sangramento nas fezes, dor abdominal e vontade imperiosa de evacuar.

Hoje, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), há cerca de 41 mil novos casos por ano desse tumor, sendo que ele pode ser uma das causas de mortalidade prematura até 2030.

+ Leia também: Você sabe se tem pólipos no intestino?

Formas de prevenção

Por ser o segundo câncer mais frequente entre homens e mulheres no Brasil, muito se fala sobre a importância de adotar hábitos mais saudáveis, que levam à redução dos fatores de risco para a doença.

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É o que chamamos de prevenção primária. Ela inclui: aumento de fibras solúveis (vindas principalmente de cereais e frutas) na dieta, diminuição da ingestão de gorduras de fonte animal, cessação do tabagismo, prática regular de exercícios físicos e diminuição da obesidade.

Diagnóstico precoce é o caminho para mudar esse quadro?

Sim. Quando falamos desse tumor, sabemos que, na maioria dos casos, ele é tratável, apresentando boas chances de cura quando detectado precocemente e não se espalhou para outros órgãos ou tecidos.

Identificar as lesões antes que possam gerar sintomas pode ser crucial para tratar a doença antes que ela progrida.

+ Leia também: De hemorroida a fissura: quando o problema é mais embaixo

Como identificar o câncer colorretal

O rastreamento do câncer colorretal é baseado, num primeiro momento, na pesquisa de sangue oculto nas fezes. Se der positivo, indica-se a colonoscopia.

Esse caminho é importante para reduzir de maneira efetiva a incidência e a frequência de casos mais avançados, diminuindo também a mortalidade.

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No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o câncer colorretal representa 24% dos casos matriculados, com o registro de, em média, cerca de 800 pacientes atendidos por ano.

+ Leia também: Exame de colonoscopia: como é feito e para que serve

O papel da cirurgia no tratamento

A cirurgia acaba sendo a parte inicial do tratamento, em que a área do intestino afetada e os gânglios linfáticos são retirados.

Além da intervenção cirúrgica, outras etapas, como radioterapia associada (ou não) à quimioterapia, são utilizadas para facilitar a remoção dos tais gânglios ou diminuir a possibilidade de reaparecimento do tumor.

A relação do câncer colorretal e a colostomia

Falar sobre o câncer colorretal é essencial para desfazer alguns mitos e trazer informações pertinentes sobre diagnóstico precoce, prevenção, tratamento e qualidade de vida.

Essa é a bandeira levantada pela campanha Março Azul Marinho, que reforça, por meio de ações realizadas por órgãos oficiais de saúde e entidades médicas, a necessidade de falar sobre o tema.

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Um exemplo de ação é a roda de conversa que será promovida pelo ICESP-HCFMUSP no dia 27 de março no Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC USP), em São Paulo, para abordar a qualidade de vida do paciente ostomizado durante o tratamento.

É que, após a cirurgia, às vezes existe a necessidade de usar a bolsa de ostomia temporária ou permanente, o que demanda alguns ajustes no estilo de vida.

Use a caixa de busca ou clique no índice para encontrar o verbete desejado:

Foco no paciente ostomizado

O objetivo da iniciativa é trazer um novo olhar para o paciente ostomizado, pois, de acordo com estudos, cerca de 48% dos que são submetidos à intervenção cirúrgica consideram ruim conviver com a bolsa de ostomia, justamente pelas alterações provocadas na rotina.

Diante das mudanças e das dúvidas que surgem acerca das possíveis limitações, a orientação multiprofissional é crucial para sanar os questionamentos.

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Mais do que abordar o manuseio da bolsa de ostomia, é fundamental ter uma atenção ampliada no que diz respeito ao suporte em educação em saúde e o estímulo do autocuidado, levando em conta questões como autoestima, autoimagem e as relações sociais.

Mais do que sobreviver durante o tratamento de câncer colorretal, os pacientes precisam de auxílio para entender que, mesmo usando uma bolsa de ostomia, dá para ter uma boa qualidade de vida – e isso não deve gerar medo. Pelo contrário: é crucial ter determinação na luta contra o câncer.

Para retratar esse cenário, o Icesp-HCFMUSP criou o projeto “Sobre Viver” em 2022, uma exposição fotográfica itinerante, que traz registros de pacientes ostomizados. A ideia é mostrar que é possível, sim, ter uma vida normal com a bolsa de ostomia.

Afinal, devemos ter esse olhar humanizado aos indivíduos acometidos por esse tumor.

*Ulysses Ribeiro Jr. é professor associado de cirurgia do aparelho digestivo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador médico da oncologia cirúrgica do ICESP-HCFMUSP

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