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Dia Mundial do Combate ao Câncer: Brasil precisa dar atenção a essa doença

O número de casos de câncer está crescendo - e, ao contrário de outros países, o Brasil não apresenta uma redução na taxa de mortalidade pela doença

Por Fernando Maluf, oncologista*
Atualizado em 7 fev 2024, 11h45 - Publicado em 4 fev 2024, 11h09
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Um maior foco no câncer pode salvar muitas vidas no Brasil. (Ilustração: Veja Saúde/Veja Saúde)
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Vamos usar o Dia Mundial de Combate ao Câncer para lembrar que os números dessa doença no Brasil indicam a necessidade de ações imediatas, que devem ser tomadas em conjunto, para promover a prevenção e o acesso ao diagnóstico no tempo oportuno e ao tratamento.

Os cânceres, juntos, representam uma incidência de mais de 700 mil casos novos por ano no país, e esse índice está em crescimento. Ao contrário do que vem ocorrendo em outros locais, a taxa de mortalidade no Brasil não vem caindo.

Nós precisamos endereçar esse problema com rigor, permitindo o acesso dos pacientes às tecnologias mais custo-efetivas. Quando mencionamos custo-efetividade, nós nos referimos não necessariamente ao que é o mais caro, mas o que pode ser mais eficaz – e, eventualmente, mais econômico, à medida em que conseguimos curar pessoas, evitando recidivas e complicações.

+Leia também: Uma cabine high-tech que investiga o câncer de pele

É necessário, em especial, rever as estratégias de diagnóstico e tratamento para os tumores mais frequentes, que mais afetam a vida dos brasileiros. Cito aqui os cânceres de próstata, mama, intestino, pulmão e colo de útero, sem contar nos casos de câncer de pele não melanoma.

Não podemos nos esquecer, obviamente, da prevenção, trabalhando para melhorar, por exemplos, as taxas de vacinação contra HPV e hepatite, duas doenças que causam câncer. Outro foco seriam os programas que combatem a obesidade, fator de risco para mais de uma dezena de tipos de tumor.

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Da mesma forma, precisamos educar a população em relação ao consumo do álcool e, especialmente, do cigarro, proporcionando tratamento para etilistas e tabagistas.

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Outro ponto importante é a pesquisa clínica. É fundamental ampliar o acesso da população aos estudos com potenciais tratamentos. Isso permitiria que pessoas com cânceres que têm poucos tratamentos disponíveis (ou que sejam disponíveis, mas ofereçam pequenas chances de sucesso) recebam terapias e estratégias inovadoras.

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Colocar o Brasil com mais destaque nesta rota da ciência geraria diversos resultados positivos para o sistema de saúde, com alternativas mais eficazes para tratar os pacientes com câncer. Que o Dia Mundial de Combate ao Câncer nos ajude a passar essa mensagem adiante.

*Fernando Maluf é oncologista da Brazil Health, fundador do Instituto Vencer o Câncer, diretor do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital BP Mirante e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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(Logo: Brazil Health/Reprodução)
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