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Creatina causa queda de cabelo? Entenda de onde vem essa história

Muita gente tem receio do suplemento por conta de supostos efeitos colaterais nos fios. Mas será que isso é verdade? 

Por Ingrid Luisa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
23 jul 2025, 14h50
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Muita gente tem medo de tomar creatina por conta da queda de cabelo. Mas procede? (Veja Saúde/Veja Saúde)
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A creatina, o suplemento queridinho da vez, está envolto em diversos mitos nas redes sociais.

E uma das polêmicas que ronda quem toma ou pensa em tomar é se o suplemento causa queda de cabelo. É verdade que ela pode influenciar nisso? Ou pior: causar calvície?

Entenda o que é real e o que está no campo da especulação.

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Afinal, o que causa a queda de cabelo?

Muitas coisas. Genética, estresse, emagrecimento, hormônios desregulados, deficiências nutricionais, doenças virais, cirurgia… Tudo isso culmina no chamado eflúvio telógeno, queda aguda e temporária que acontece quando o nosso corpo, por diversos motivos, não oferece os nutrientes suficientes necessários para que o cabelo siga forte e crescendo.

No fim, cabelo é acessório, não é essencial à saúde do organismo, por isso é sempre o primeiro a ser deixado de lado quando há algum perrengue do corpo.

Mas, quando se fala de calvície, a alopécia androgenética, estamos falando de uma condição crônica, então as causas são mais específicas.

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O ponto chave para o seu desenvolvimento é a testosterona, que começa a ser liberada na puberdade de meninos e meninas.

Explicando com detalhes: todo folículo piloso, que gera os fios, possui receptores de moléculas para que siga seu curso de vida, nascendo, crescendo (fase anágena) e morrendo (fase telógena).

Mas quem tem tendência à alopecia androgenética possui unidades foliculares, principalmente no topo da cabeça, com receptores mais sensíveis à di-hidrotestosterona (DHT), subproduto do hormônio masculino.

Quando o DHT se liga ao receptor, ele induz uma reação inflamatória no folículo, o que gera afinamento e, mais tarde, queda do fio.

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Se as unidades foliculares inflamadas ficarem nessa condição durante um tempo, perdendo nutrientes e força, há a morte total do folículo. E é aí que começa a se desenhar um topo de cabeça lustrado, sem cabelos.

Para que haja diagnóstico dessa doença, os médicos buscam identificar se há diferença de densidade entre os fios e a extensão afetada. “Tem que existir afinamento dos fios maior ou igual a 20% da área afetada”, especifica a médica tricologista Luciana Passoni. 

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Mas como a creatina se relaciona com isso?

Bom, a suposição que ronda as redes é que, por alguma via, a creatina aumentaria o DHT em circulação.

Porém, isso não é verdade. Não existe nenhum mecanismo que conecta a suplementação de creatina, que fornece uma pequena energia extra ao organismo, com o aumento desse subproduto da testosterona.

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“Não há estudos mostrando que a creatina monohidratada, quando suplementada na dosagem correta, de 3 a 5 gramas por dia para homens e mulheres, aumente a queda de cabelo”, afirma Passoni

Na verdade, essa fake news nasceu por conta de um único estudo, de 2009, feito com um time de rugby, que demonstrou aumento de DHT em paralelo ao uso de creatina, mas havia diversos fatores de confusão que invalidam o resultado do trabalho.

“A creatina ajudou os atletas a ganhar mais massa muscular, e pode ter sido o volume maior de músculos que elevou os níveis de testosterona e acabou piorando os quadros de calvície”, conta o dermatologista Gabriel Cortez, preceptor do Grupo de Tricologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em outras palavras, o suplemento não alimenta o processo por trás do afinamento e perda dos fios.

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Mas outros fatores associados podem acabar gerando esse efeito colateral sim: “Muitas pessoas começam a suplementar a creatina quando passam a treinar pesado e fazer dieta associada. O que faz cair o cabelo, nesses casos, é a privação de nutrientes da alimentação, de energia, as mudanças no metabolismo, não o suplemento”, esclarece Passoni.

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