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Por que o cabelo cai após a dengue?

O chamado eflúvio telógeno é um tipo de queda capilar bastante ligado a processos infecciosos – como a dengue e a própria Covid-19

Por Lilian Brasileiro, médica*
27 mar 2024, 11h02
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A queda de cabelo pode ser uma consequência de infecções, principalmente as mais sérias. (Foto: Veja Saúde/Reprodução)
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A dengue provoca fortes sintomas agudos, como febre, dores musculares e articulares e erupções cutâneas. Mas algumas manifestações podem aparecer após a recuperação da doença: uma delas é a queda de cabelo.

Após a doença, principalmente no caso dos que tiveram dengue grave, podem sentir consequências meses após adoecerem. No caso da queda de cabelo, isso também era notado após infecção pelo vírus do Covid-19.

Já é bem documentado cientificamente que, alguns meses depois de ter febre alta ou se recuperar de uma doença, muitas pessoas percebem uma perda de cabelo. Esse quadro é chamado de eflúvio telógeno.

Quando isso ocorre, os cabelos saem da fase de crescimento (anágena) e entram precocemente na fase de queda (telógena). Vários fatores desencadeiam o eflúvio telógeno: infecções virais diversas, cirurgias, medicamentos, início ou interrupção de anticoncepcional, estresse emocional, dietas restritivas, entre outros.

+Leia também: Vacina da dengue 2024: quem pode tomar e outras respostas sobre a Qdenga

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A queda de cabelo nessas situações de infecção e alta inflamação é notada geralmente cerca de até três meses depois da pessoa adoecer. Esse tipo de perda capilar assusta os pacientes, pois pode envolver até um terço do volume do cabelo, principalmente da parte superior do couro cabeludo.

A boa notícia é que esse processo é geralmente temporário e autorresolutivo. Essa queda de cabelo pode durar de 3 a 6 meses.

A maioria das pessoas, então, vê o cabelo voltando ao normal. Porém, de 10 a 20% desses pacientes podem não melhorar espontaneamente, necessitando de tratamento.

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Nesses casos, vale a pena passar por uma consulta médica para investigar outras causas de perda dos fios e tomar os devidos cuidados.

A dengue também pode agravar quadros de queda capilar pré-existentes. Por exemplo: se o paciente já sofre com alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície, esse quadro será mais acentuado e, consequentemente, mais difícil de recuperar.

A dieta entra como parte do tratamento. É importante investir em medidas que vão acelerar esse processo de recuperação, como investir em uma nutrição adequada, especialmente com alimentos ricos em proteínas, vitaminas e minerais.

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É possível também associar tratamentos para evitar que a queda seja ainda mais prolongada e acentuada. Tônicos para controle da queda capilar, aplicação de laser e medicamentos em consultório podem amenizar o quadro.

Por fim, vale ressaltar que é natural que alguns fios caiam diariamente. A preocupação com a queda só é necessária quando o número de fios caindo por dia for maior que 100 – ou se o volume capilar diminuir acentuadamente e começarem a surgir falhas.

O mais importante é consultar um médico para passar por uma avaliação e receber o diagnóstico e tratamento adequado.

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*Lilian Brasileiro é médica e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É coordenadora e palestrante em eventos como Congresso Brasileiro de Dermatologia, Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica e Medical Technology Congress

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