Cirurgia ortognática: o que é e em quais casos ela é necessária
Procedimento no dentista é opção para casos que não podem ser tratados apenas com aparelhos ortodônticos
A cirurgia ortognática pode até parecer assustadora, mas é uma opção segura para alguns casos de disfunção óssea na parte inferior do rosto. Ela serve para corrigir o desenvolvimento irregular dos ossos da mandíbula e da maxila. O procedimento faz parte de um plano de tratamento ortodôntico.
Na infância, muitos dos problemas causados por desalinhamento nos ossos do rosto e nos dentes podem ser corrigidos por tratamento ortodôntico. Isso porque os ossos das crianças são mais maleáveis que os dos adultos.
+Leia também: Sorrisos realinhados – a nova geração de aparelhos para os dentes
Quando o aparelho ortodôntico não resolve a questão, ou ela é diagnosticada após o crescimento ósseo ter se encerrado – em geral, a partir dos 14 anos para mulheres e dos 17 para homens – a cirurgia ortognática é a alternativa para a correção.
Em que casos a cirurgia ortognática é recomendada?
Os problemas ósseos na face podem ser causados por fatores como genética, o uso excessivo de chupeta ou mamadeira, bem como o hábito de chupar o dedo. O desalinhamento também pode ser provocado por um acidente que deixou sequelas.
O plano de tratamento vai depender do tipo de condição identificada. Algumas das disfunções que podem gerar uma indicação de cirurgia ortognática são:
- Assimetria nos ossos do rosto;
- Maloclusão dentária: alinhamento anormal dos dentes;
- Atresia de maxila: também chamada de “mordida torta”, ocorre quando o arco superior dos dentes é estreito;
- Prognatismo: quando a mandíbula é grande demais e/ou o maxilar é muito pequeno;
- Retrognatismo: caso de mandíbula pequena;
- Disfunção da articulação temporo-mandibular: condição que causa dor e compromete a mobilidade da mandíbula.
Como é a cirurgia ortognática?
Parafusos e placas de titânio são usados para ligar os ossos da face, depois de serem reposicionados para melhor funcionalidade da mandíbula e maxila. Todo o procedimento é feito sob anestesia geral, em um hospital.
O pré-operatório, em geral, envolve tratamento ortodôntico. Um dentista faz a preparação para a cirurgia, com uso de aparelhos para que o cirurgião possa alinhar mandíbula, maxilar e dentes da melhor forma no procedimento. Vários exames são necessários nesse período, como raio X e modelagem 3D para planejar o procedimento.
Depois da cirurgia, é preciso ficar em repouso total nas primeiras 48h. A estadia no hospital pode durar de dois a quatro dias. É importante evitar inchaço e sangramento para driblar complicações. De início, é recomendado evitar atividades físicas que exijam esforço.
A recuperação plena pode levar alguns meses. O aparelho ortodôntico segue sendo usado após a cirurgia, para finalizar o alinhamento da mordida do paciente. Como é um processo longo e que pode ser desgastante, é uma boa ideia ter acompanhamento psicológico ao longo do tratamento.
Nos meses seguintes à cirurgia, cuidados com alimentação e higiene oral são essenciais. Medicações analgésicas podem ser receitadas pelo médico. A cicatrização inicial leva cerca de seis semanas.
Existem alguns riscos comuns a todas as cirurgias, como o de perda de sangue e de infecções. Também existe a possibilidade de ter que realizar outra correção cirúrgica nos ossos da face. Entretanto, pode ficar tranquilo: quando feita de forma segura, a cirurgia não costuma gerar complicações.
Benefícios da cirurgia
A cirurgia ortognática traz benefícios para a respiração, o sono, a mastigação e a audição. Ela pode resolver problemas ao mastigar, zumbidos nos ouvidos e dores e estalos na mandíbula.
O procedimento também costuma melhorar a autoestima: às vezes, o crescimento disfuncional dos ossos da face deixa o rosto menos harmônico.
A ortognática ajuda a aumentar a vida útil dos dentes, já que problemas mandibulares podem causar desgaste na arcada dentária. A apneia obstrutiva do sono também pode ser resolvida pela cirurgia.