O controle da pressão sanguínea é fundamental na manutenção da saúde. E a pressão alta é um grande problema atualmente: cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem com o problema, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).
Como essa condição é multifatorial, atua-se na regulação da pressão por diversas vias, inclusive a renal. O captopril é um anti-hipertensivo que age justamente em um mecanismo de homeostase dos rins. Ao ser lançado no mercado na década de 1980, desenvolvido com base nos estudos do pesquisador brasileiro Sérgio Henrique Ferreira, foi considerado um grande avanço na medicina.
Essa medicação, o primeiro da classe dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), é fornecido pelo SUS e hoje é vendido sob diversos nomes comerciais: Capoten, Abepoten, Repril, Captomido, Cabioten, Aorten, etc.
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O que é o captopril?
Ele é um Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA). Na verdade, quando a pressão está baixa, e o rim nota que há uma redução de fluxo sanguíneo no órgão, ele desencadeia uma grande cascata de reações para que a pressão suba.
Quando há altas concentrações de sódio no sangue (ou seja, alto consumo de sal), pode haver uma ativação inapropriada desse sistema renal, levando a piora da hipertensão arterial.
O que o remédio faz é bloquear um agente dessa cascata (a ECA), assim inibindo o mecanismo e impedindo que o próprio corpo aumente ainda mais a pressão de uma pessoa que já tem isso de forma descontrolada.
Para que serve o captopril?
Hoje, o captopril é um dos anti-hipertensivos mais clássicos do mercado:
“Depois dos bons resultado que tivemos com o captopril, surgiram vários outros remédios da mesma classe, como o enalapril, lisinopril, perindopril, dentre outros”, explica o médico cardiologista Carlos Alberto Machado, assessor científico da SOCESP.
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Além da hipertensão, o captopril também é usado para tratamento de insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e até em alguns casos de nefropatia diabética.
Atualmente, um dos seus principais usos é em urgências hipertensivas. “É aquele paciente que tem a pressão alta, está numa crise, mas que não apresenta uma lesão aguda de órgão alvo, quer dizer, não está com risco eminente de morte”, explica Machado.
“Nessa situação, você tem que baixar a pressão do paciente em horas ou dias. Segundo a diretriz brasileira, nessa situação você pode usar o captopril devido a sua vida média curta, por isso muitos prontos-socorros utilizam essa medicação”, completa.
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Posologia
A posologia inicial de captopril é 25 mg duas vezes ao dia.
E a dose pode escalonar para mais, variando muito de qual condição está sendo tratada.
“Como ele foi o primeiro medicamente IECA, tem uma vida média mais curta, por isso muitas vezes deve ser tomado três ou quatro vezes no dia. O enalapril, apenas duas vezes, e o perindopril, uma medicação bem mais novo, apenas uma vez só”, esclarece o assessor científico da SOCESP.
Procure sempre um médico especialista para adequar a dose à sua necessidade.
Como tomar captopril?
Geralmente, os médicos recomendam que ele seja tomado 1 hora antes das refeições. “Se a pessoa tiver com o estômago cheio e tomar o captopril, só 50% é absorvido”, alerta Machado.
Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsAppEfeitos colaterais captopril
Os mais frequentes são a tosse, que pode ser persistente, e dores de cabeça. A presença da tosse, aliás, é um indício de que se deve trocar o medicamento.
Na bula, constam ainda diarreia, perda do paladar, fadiga e náusea.
Contraindicações
Grávidas devem ficar bem longe, pois a medicação está associada à morte fetal ou malformação grave.
“Mulher em idade fértil que tem vida sexual ativa e não tem laqueadura, ou cujo parceiro não é vasectomizado, deve que tomar muito cuidado, porque jamais ela pode engravidar tomando esse remédio”, complementa Machado.
Qualquer sensibilidade prévia ou alergia a um medicamento IECA também indica que essa classe não é a mais indicada para a pessoa.
Bula do Captopril
A bula do Captopril com mais informações, fornecida pela Anvisa, pode ser acessada aqui.