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Cannabis medicinal: para que ela serve e o que muda com a decisão do STF

Uso medicinal da maconha está sendo cada vez mais difundido, e não está ligado necessariamente ao fumo

Por Maurício Brum
27 jun 2024, 15h07
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Apresentação em óleos ingeríveis é a forma mais frequente de encontrar a maconha medicinal (Freepik/Freepik)
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A maconha voltou a ser assunto no Brasil durante a semana, após o Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria para descriminalizar o porte da planta para uso pessoal. A decisão também despertou dúvidas sobre o status da cannabis medicinal. Afinal, muda algo?

Em primeiro lugar, vale deixar claro: o uso medicinal de produtos feitos à base da Cannabis sativa, nome científico da maconha, já era permitido no Brasil. E, muitas vezes, nada tem a ver com o fumo — embora para algumas condições ela também possa ser administrada dessa forma.

A decisão do STF não altera esse cenário, e só deve ter um impacto mais concreto sobre o uso recreativo. De todo modo, vale aproveitar o debate para entender melhor do que se fala quando o assunto é cannabis medicinal.

+Leia também: Cannabis medicinal: o que esperar dela?

Para que serve a cannabis medicinal?

Os principais benefícios demonstrados pela ciência hoje dizem respeito ao alívio de sintomas de determinadas condições de saúde crônicas em casos que não respondem bem a outros tratamentos e no manejo de efeitos colaterais da quimioterapia, em especial as náuseas e vônitos.

Na medicina, são utilizados dois princípios ativos da planta: o canabidiol (CBD), aquele com mais evidências científicas, e o tetra-hidrocanabinol (THC), que também tem benefícios em potencial para a saúde, embora seja mais famoso pela ação psicoativa associada ao fumo, o “barato”.

O CBD tem resultados bem investigados e consolidados no controle de epilepsias, e também vem sendo indicado para dores inflamatórias, como aquelas relacionadas à artrite. O THC, por outro lado, ajuda com dores crônicas relacionadas ao sistema nervoso e demonstra bons resultados no controle da esclerose múltipla, por exemplo.

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A cannabis também é estudada no tratamento da fibromialgia, quadros severos de autismo e até o controle de quadros como glaucoma, Alzheimer e Parkinson. Mas, nesses casos, as investigações ainda são iniciais não permitem cravar se de fato há benefícios.

Mitos e verdades da cannabis medicinal

Algumas questões frequentes que circulam na internet sobre o assunto:

Maconha cura doenças

Mito, ao menos por enquanto. As principais pesquisas relacionadas ao uso da Cannabis medicinal não têm ido para esse lado e não permitem associá-la a curas definitivas.

É verdade, porém, que o uso da maconha pode aliviar alguns sintomas, tornando algumas condições incapacitantes em situações mais administráveis e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

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A cannabis medicinal já é permitida no Brasil

Verdade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem regulamentando e aprimorando as regras para o uso de produtos à base de cannabis desde 2015, mesmo ano em que o THC foi removido da lista de substâncias proibidas pela entidade.

A venda em farmácias é regulamentada desde 2019, e médicos podem prescrever esses produtos no país, assim como dentistas também podem utilizar canabinoides em tratamentos. Existe ainda a possibilidade de importação de produtos derivados da planta.

Só há benefícios fumando

Mito. Embora essa possa ser uma das formas de administração da maconha em tratamentos de saúde, o mais comum é que a versão medicinal venha em outras apresentações.

O mais comum é que o produto seja preparado para ingestão oral, em soluções líquidas, como os extratos.

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Maconha vicia

Depende da situação. Produtos à base de CBD não têm efeito psicoativo e não são associados a casos de dependência. Aqueles contendo THC, porém, podem demonstrar um potencial aditivo em situações de uso contínuo.

Consulte sempre um médico sobre os riscos e benefícios para o seu caso antes de utilizar qualquer substância psicoativa com fins medicinais.

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