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Câncer de próstata: as vantagens da cirurgia robótica

No Novembro Azul, entenda as evoluções na abordagem cirúrgica deste tumor e quando ela é de fato indicada

Por Maurício Rubinstein, urologista*
7 nov 2024, 12h00
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  • Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata foi responsável por cerca de 13 mil mortes em 2021. Cerca de 61 mil homens são diagnosticados com a doença todos os anos.

    Em nosso país, ele é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

    O aumento do diagnóstico mostra que mais homens vem buscando a prevenção e fazendo exames de rastreamento. O lado positivo dessa busca é que cerca de 90% dos casos detectados são iniciais e passíveis de cura.

    Esse tema gerou muita polêmica nos últimos anos. Segundo alguns estudos americanos, o rastreamento universal de toda população masculina com exames como o PSA (sem considerar idade, raça e história familiar) não parece ser a melhor abordagem. Apesar de associado ao diagnóstico precoce e diminuição da mortalidade, pode trazer malefícios a muitos homens.

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    Individualizar a abordagem é fundamental neste sentido. Uma vez diagnosticado o câncer, muitas vezes a cirurgia pode ser a melhor saída. Neste contexto, crescem as evidências a favor da cirurgia robótica.

    +Leia tambémEntenda o debate sobre o rastreamento do câncer de próstata no Brasil

    O papel da cirurgia robótica no câncer de próstata

    A cirurgia urológica passou por uma enorme revolução tecnológica nas últimas décadas, desde a realização da primeira prostatectomia robô-assistida (PRA), cirurgia robótica mais utilizada e estudada cientificamente, no ano 2000. Após mais de duas décadas, as publicações com grandes casuísticas, bons resultados e com seguimento a longo prazo estão hoje disponíveis na literatura.

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    Hoje, cerca de 95% das cirurgias de câncer de próstata nos EUA são realizadas com o auxílio da robótica. A utilização do robô Da Vinci faz parte desta nova etapa da especialidade.

    O Da Vinci é um sistema no qual o cirurgião fica localizado em um console dentro da sala de cirurgia e controla remotamente, por meio de joysticks, braços robóticos que executam os procedimentos cirúrgicos. O sistema permite visão tridimensional.

    Esse sistema possibilita a realização de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos. Essa inovação melhora na precisão cirúrgica, no controle dos movimentos e na ergonomia para o cirurgião.

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    Algumas vantagens da cirurgia robótica

    +Leia também: Novos tratamentos trazem esperança contra o câncer de próstata

    Resultados oncológicos e funcionais

    Diversos estudos americanos e europeus demonstram que a cirurgia robótica é igualmente eficaz no que diz respeito ao controle do câncer, quando comparada à cirurgia tradicional aberta. As publicações disponíveis na literatura já apresentam follow-ups de mais de 10 anos e trazem resultados encorajadores.

    A avaliação de dados sobre continência urinária e função sexual dos pacientes após tratamento cirúrgico é extremamente difícil devido a variações na definição, métodos de coleta de dados e seguimento do paciente no pós-operatório.

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    Os resultados funcionais, que avaliam a disfunção erétil e a incontinência urinária, são extremamente animadores nos trabalhos publicados recentemente. Isso faz com que a procura pelo método venha crescendo no mundo todo, baseado não somente em relatos de pacientes, mas principalmente nos trabalhos científicos.

    Orientações finais

    Devemos conscientizar a população masculina o quanto é importante manter hábitos saudáveis e ficar atento aos sinais que o corpo envia, principalmente à medida que envelhecemos.

    Incentivar mudanças de hábitos alimentares, a prática de exercícios físicos e a redução de comportamentos de risco, bem como o acompanhamento médico individualizado, é fundamental para prevenir casos e promover o diagnóstico precoce das doenças a tempo de buscar a cura.

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    *Maurício Rubinstein é médico urologista

    (Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

    brazil-health

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