Aprovado novo tratamento contra dois tipos agressivos de câncer
Medicamento recém-liberado pela Anvisa reforça o arsenal de recursos para combater tumores no pulmão e na bexiga
Considerada pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica como o maior avanço contra o câncer em 2017, a imunoterapia é a aposta da farmacêutica Roche no controle de casos em que a doença acomete o sistema respiratório ou o urinário. Seu novo lançamento no Brasil – o remédio atezolizumabe – segue os princípios dessa nova forma de combater a doença, ajudando o próprio organismo a detectar e agredir as células cancerosas em vez de tentar atacar o tumor diretamente.
Aprovada esta semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a molécula da vez é indicada para os seguintes cânceres: carcinoma urotelial, que afeta a região da bexiga, e o CPNPC, que se desenvolve a partir de células específicas do pulmão. Em ambos os quadros, a droga – aplicada na veia – só entra em cena se o paciente não responder bem a alternativas como a quimioterapia.
Em um dos estudos que justificaram sua liberação, o tratamento foi colocado à prova em 1 225 pacientes de várias partes do mundo. O aumento da média de sobrevida entre esses voluntários foi de aproximadamente 13,8 meses – o equivalente a 4,2 meses a mais do que o registrado com a quimioterapia.
Tal eficiência foi comprovada frente a tumores avançados, que se espalharam para outras áreas. É algo digno de nota, em especial se considerarmos que o subtipo de câncer de pulmão tratável com o atezolizumabe representa até 85% dos diagnósticos de sua categoria.
Mais: é difícil de identificar o tal CPNPC precocemente. Afinal, ele ganha espaço lentamente e, via de regra, seus sintomas demoram a se manifestar. Fora que tosse, dor no peito, rouquidão e por aí vai são comumente negligenciados.
A questão, agora, é discutir o acesso desse e de outros imunoterápicos para a população como um todo. Hoje, nenhum deles está disponível na rede pública.