Esqueça as mãos trêmulas. Segundo cientistas da Universidade Vita-Salute San Raffaele, na Itália, modificações na visão seriam importantes marcadores para uma detecção precoce da doença de Parkinson.
Dificuldade para diferenciar cores, mudanças na acuidade visual e redução das piscadas poderiam aparecer mais de uma década antes dos famosos problemas motores. E se as pessoas não tiverem consciência disso, é bem provável que o distúrbio demore a ser flagrado.
No trabalho, publicado na revista científica Radiology, foram avaliados 20 pacientes recém-diagnosticados com Parkinson e também 20 voluntários saudáveis, da mesma idade e do mesmo gênero. Todo mundo passou por uma ressonância magnética e exames oftalmológicos. Foi aí que os pesquisadores notaram diferenças significativas nas estruturas cerebrais responsáveis pelo sistema visual entre os indivíduos com a doença.
Os cientistas reconhecem que são necessários mais estudos para entender direito o momento da degeneração visual. De qualquer maneira, o oftalmologista Alessandro Arrigo, líder da investigação, frisou, em um comunicado, que a análise profunda dos sintomas visuais é capaz de fornecer indícios sensíveis de Parkinson. Além disso, ficar atento à capacidade visual ajudaria a acompanhar a progressão da doença, assim como a monitorar sua reposta ao tratamento medicamentoso.