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Alopecia areata: doença que causa perda de cabelos ganha novo remédio

Doença autoimune é causada por sinais complexos do sistema imunológico que resultam em quedas severas de cabelo

Por Lucas Rocha
Atualizado em 9 nov 2023, 15h04 - Publicado em 8 nov 2023, 17h05

O tratamento da alopecia areata, condição autoimune que causa queda severa de cabelo e compromete a autoestima, acaba de ganhar um novo aliado no Brasil.

Trata-se do medicamento baricitinibe, recém-aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em adultos com a forma grave da doença.

O remédio, de nome comercial Olumiant, é produzido pela farmacêutica Eli Lilly. Em estudos, demonstrou um efeito significativo no crescimento do cabelo de portadores da condição.

Diferentemente de formulações de uso tópico, com aplicação direta sobre o couro cabeludo, o fármaco é utilizado em comprimidos orais. É o primeiro tratamento desse tipo para alopecia areata a ser liberado no Brasil.

“Esta é uma doença muitas vezes mal compreendida, que atinge pessoas de qualquer raça, etnia ou idade, e que carrega um estigma que interfere na saúde mental dos pacientes. As pesquisas mostram que estamos oferecendo um tratamento que pode impactar positivamente a vida dessas pessoas”, afirma Luiz André Magno, diretor-médico sênior da Lilly Brasil.

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+ Leia também: Alopecia e autoestima: a coragem de abraçar a diferença

Mecanismo de ação

Pacientes com alopecia areata sofrem de um tipo de inflamação que inativa os folículos pilosos, estruturas responsáveis pela produção e crescimento dos pelos.

“O problema tem um fundamento imunológico. Mediadores inflamatórios agem nessas estruturas, gerando a perda capilar”, explica a médica Renata Magalhães, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professora da Universidade de Campinas (Unicamp).

O baricitinibe, que também é utilizado no tratamento de artrite reumatoide, dermatite atópica e de pacientes com Covid-19 grave, conta com a capacidade de regular o processo inflamatório.

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Ele atua a partir da inibição de enzimas chamadas janus quinase (JAK). “Ao inibir esta proteína, que fica na parede da célula inflamatória, o remédio impede que seja mandada uma mensagem que gera o problema autoimune”, detalha a médica.

Segundo a especialista, a posologia varia de acordo com o perfil de cada paciente, podendo ser de dose única diária ou duas vezes ao dia.

A duração da terapia deve ser estimada pelo médico a partir do acompanhamento individual. A princípio, o tratamento é de uso contínuo e prolongado.

“Em geral, as respostas ao uso da medicação aparecem em algumas semanas ou meses”, afirma Renata.

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Entre os possíveis efeitos colaterais estão o aumento no risco de infecções e alterações nos níveis de colesterol.

+ Leia também: Queda de cabelo? Pode ser alopecia areata. Conheça o problema

Estudos

A aprovação do medicamento pela Anvisa avaliou dois estudos apresentados pela farmacêutica, que incluíram 1.200 pacientes adultos portadores da doença, com mais de 50% de queda de cabelo.

Nos resultados dos ensaios clínicos, um em cada três (ou cerca de 33%) participantes tomando a dose de 4 mg/dia alcançou crescimento significativo do cabelo, resultando em 80% ou mais de cobertura do couro cabeludo, em comparação com 3% a 5% dos pacientes tomando placebo, substância sem qualquer efeito ao organismo.

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Em alguns casos, a recuperação da cobertura capilar chegou a 90% ou mais.

A farmacêutica tem um novo estudo em andamento para o uso do medicamento em crianças e adolescentes de 6 e 18 anos. Os resultados estão previstos para novembro de 2024.

+ Leia também: Um remédio para alopecia areata

Qualidade de vida

Constrangimento e ansiedade são as palavras mais associadas à doença globalmente, de acordo com um levantamento feito pela Lilly com 747 pacientes – sendo 57% mulheres –, em 11 países, incluindo o Brasil.

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O estudo apontou que 50% dos entrevistados possuem pelo menos três ou mais áreas fora do couro cabeludo, como cílios e sobrancelhas, fortemente afetadas. Cerca de 40% perderam quase todo os fios.

“Novos tratamentos estão surgindo e haverá uma mudança impactante na vida das pessoas que sofrem com a doença. É um cenário de esperança”, destaca Renata.

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