A reabilitação na era das inovações tecnológicas
Equipamentos, gameterapia e realidade virtual facilitam os processos de recuperação e propiciam mais qualidade de vida
Conectividade, equipamentos de ponta e o esforço de equipes brasileiras vêm contribuindo para avanços na saúde, e uma das áreas da medicina que mais se beneficiam das novas tecnologias é o da reabilitação de pacientes.
Foi o que se viu, por exemplo, no auge da pandemia de Covid-19, quando a doença muitas vezes exigia que a pessoa infectada permanecesse muito tempo acamada. Com os longos períodos de imobilidade gerando fraqueza muscular, dores e paralisia dos membros, uma equipe do Instituto de Medicina Física e Reabilitação da Universidade de São Paulo (IMREA/USP) desenvolveu um equipamento batizado de Cicloergômetro Vida Inteligente.
Com a máquina, o paciente conseguia se exercitar, mesmo estando inconsciente, melhorando com isso a função respiratória e cardíaca. O premiado protótipo também registrava informações, como índice de cansaço e frequência cardíaca, para ajudar o profissional a decidir se devia acelerar ou desacelerar na hora de estimular os músculos.
Sessões de fisioterapia online são outro exemplo de aplicação possível graças ao desenvolvimento de uma plataforma digital por meio da qual profissionais ouvem as queixas da pessoa e planejam o acompanhamento e as sessões de reabilitação com o apoio de algoritmos. Desenvolvido pela Tato Fisioterapia Inteligente, o método facilita a adesão ao tratamento de dores crônicas, inclusive de brasileiros que moram longe de grandes centros urbanos.
Em outra frente de pesquisas, o destaque é a gamificação voltada à reabilitação. A ideia é tornar a experiência mais acolhedora, facilitar a rotina e aumentar a adesão às sessões.
É o caso de estratégia apresentada pela heathtech ProBrain, uma plataforma online, conectada à internet, desenvolvida para detectar dificuldades de audição e de processamento capazes de afetar a saúde mental e desencadear problemas como depressão e ansiedade.
A solução requer o uso de smartphone, tablet ou computador e fones de ouvido. Trata-se de uma espécie de ginástica cerebral que permite não apenas detectar problemas relacionados à saúde auditiva e cognição, como oferecer um treinamento personalizado, na forma de mais de 200 jogos.
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Os treinos podem beneficiar inclusive crianças, estimulando a escuta ativa, memória, foco e agilidade mental.
A realidade virtual também vem ganhando espaço na saúde. No Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o foco tem sido auxiliar pessoas a vencerem sequelas físicas e cognitivas após sofrerem um acidente cerebral, AVC.
Usando óculos de realidade virtual que simulam obstáculos, os voluntários movimentam braços e pernas. Ao mesmo tempo, eletrodos posicionados estimulam áreas do cérebro com uma corrente elétrica de baixa potência. A expectativa é que recuperem a capacidade de executar tarefas, melhorar o equilíbrio, mitigar os incômodos do AVC e, assim, seguirem adiante com mais qualidade de vida.
Descobrir e divulgar inovações tecnológicas como essas encabeçadas por instituições e pesquisadores brasileiros é um dos objetivos do Prêmio VEJA SAÚDE Oncoclínicas de Inovação Médica.
Na edição de 2024, a premiação vai reconhecer trabalhos avaliados em oito categorias – Medicina Social, Terapias e Tratamentos Inovadores, Tecnologias Diagnósticas, Prevenção e Promoção à Saúde, Engajamento e Empoderamento do Paciente, Telemedicina e Plataformas Digitais e IA na Transformação Digital em Saúde.
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