5 mitos sobre vacinação amplamente difundidos hoje em dia
Em meio a polêmicas atuais, livro propõe reflexões sobre a nossa relação com micróbios. E desconstrói mentiras perigosas sobre a vacinação
Foi depois de virar mãe que a escritora americana Eula Biss começou a se preocupar com germes, doenças e vacinas. E dessa inquietação nasceu o livro Imunidade, fruto de suas investigações em um território que vai da ciência à literatura.
Passeando entre episódios pessoais, acontecimentos históricos e fenômenos culturais das últimas décadas, a autora monta um retrato peculiar da nossa relação conflituosa com vírus, bactérias e companhia e vasculha de onde vem o pé atrás que uma parcela da sociedade insiste em manter em relação à imunização. Um assunto que ganha evidência com a popularização do movimento antivacina, que não dispõe de qualquer amparo científico.
Em vez de tecer uma mera apologia das vacinas, Eula nos convida a enxergar a imunidade em um contexto mais amplo, o social – aquele em que as escolhas de uma pessoa afetam a vida das outras. E, ao longo da obra, aborda as cinco fake news abaixo.
5 mitos sobre imunização
Vacina causa de autismo: o boato ganhou força com um artigo forjado por um médico britânico que já caiu em descrédito. Não há prova alguma dessa associação.
É veículo de doenças: a transmissão de algumas infecções acontecia no início do século 20 com a reutilização de seringas. Já faz tempo que são descartáveis (e seguras).
Serve de instrumento político: sobram teorias da conspiração ligando as vacinas a métodos de controle populacional – nenhuma sobrevive a um exame crítico.
É só para criança: a maior parte dos imunizantes é aplicada na infância, mas existem várias indicações na fase adulta e na maturidade, caso da própria gripe.
Contém toxinas: grupos acusam laboratórios de incluírem agentes químicos nocivos nas vacinas. Não há estudo que confirme malefícios do gênero.