Como já explicamos numa reportagem especial da revista, ler faz bem à saúde. É um hábito derivado de uma reengenharia cerebral que não só oferece caminhos para nos desenvolvermos e nos realizarmos na vida como nos ajuda a ser mais empáticos e aptos a construir uma sociedade melhor.
No Dia Nacional do Livro, convidamos vocês a conhecer três lançamentos que expõem o poder e os desafios da leitura – dentro e fora da nossa cabeça.
O cérebro leitor
Autora: Maryanne Wolf
Tradução: Alcebíades Diniz Miguel
Editora: Contexto
Páginas: 352
Como é que o nosso cérebro aprendeu a ler – nos primórdios de nossa história como espécie, mas também desde a nossa infância? A partir dessa pergunta, a neurocientista americana Maryanne Wolf nos apresenta o que acontece entre os circuitos de neurônios para transformarmos sinais e letras em formulações que se transformam em narrativas, ensinamentos e emoções.
Na obra, a pesquisadora ainda examina as resistências naturais e culturais ao desenvolvimento da leitura – de transtornos como a dislexia a onipresença do mundo digital.
O cérebro leitor
Humanamente possível
Autora: Sarah Bakewell
Tradução: Débora Landsberg
Editora: Objetiva
Páginas: 424
A partir do momento em que pensadores colocaram o ser humano no centro do seu universo, libertando suas forças mas também suas responsabilidades, as ideias em circulação e a vida em sociedade nunca mais foram as mesmas.
A professora e ensaísta inglesa Sarah Bakewell retorna ao século 14 para vasculhar o gérmen do movimento humanista, que, resgatando propostas de filósofos da Antiguidade, se ramificaria no Renascimento, frutificaria com o Iluminismo e semearia revoluções no modo de encarar e respeitar o outro até os dias de hoje – um legado poderoso polinizado pelos livros, porém constantemente ameaçado.
Humanamente possível
Somos animais poéticos
Autora: Michèle Petit
Tradução: Raquel Camargo
Editora: 34
Páginas: 192
Comida, sexo e dinheiro não bastam. O ser humano tem fome de arte e de histórias. Mais: ler pode ser uma tábua de salvação em momentos de crise individual ou coletiva. Estudiosa do papel da leitura na (re)configuração do sujeito, a antropóloga francesa Michèle Petit também coordena um programa notável que se vale dos livros para dar suporte e reinserção a imigrantes, refugiados e marginalizados.
Evocando experiências e aprendizados, reflete, em seus textos, sobre a beleza e os percalços do nosso encontro com as letras em contextos difíceis – seja ao isolar-se durante uma pandemia, seja ao lidar com os traumas da violência social.