Um bom número de artigos científicos indica que treinamentos com múltiplos componentes — ora valorizando equilíbrio e flexibilidade, ora priorizando força e explosão — estão entre as melhores estratégias para escapar de contusões entre homens que se divertem com o futebol. Mas o corpo das mulheres tem atributos únicos.
Daí a importância de um trabalho da Universidade La Trobe, na Austrália. Os cientistas analisaram 12 estudos sobre prevenção de lesões no futebol feminino. Ao somar os resultados de todos, veio a constatação de que aqueles treinos que abrangem os mais variados aspectos físicos também são positivos para as mulheres.
Especificamente nelas, o método reduz em 27% a probabilidade de contusões em geral. “No entanto, das 12 pesquisas avaliadas, 11 possuíam limitações consideráveis. Novos artigos são necessários para aumentar a precisão dos achados”, pondera Benjamin Mentiplay, educador físico que assina o artigo. Pois é: a desigualdade de gênero se estende à ciência.
O joelho feminino
Na revisão australiana, treinos que incluem múltiplos componentes diminuíram em 45% o risco de rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho — uma lesão grave e relativamente comum no futebol. Essa é uma ótima notícia, porque as mulheres sofrem mais encrencas nessa articulação. Em comparação com os homens, elas têm quadris mais largos, o que tende a empurrar os joelhos levemente para dentro. Isso, por sua vez, favorece desgastes nessas juntas.
É seguro jogar na pandemia?
Todo esporte coletivo e de contato facilita a transmissão do coronavírus. De quebra, as cabeçadas e a competitividade inerente ao futebol (que faz o jogador se esforçar bastante) podem tornar o uso de máscaras muito desconfortável. Cada caso exige uma avaliação — que envolve inclusive a situação local da pandemia —, mas há modalidades com menor risco, como a corrida ao ar livre.