A Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) criaram orientações sobre como uma pessoa que pegou coronavírus e se recuperou pode retornar à vida ativa com segurança. O manual se concentra sobretudo no coração, que é frequentemente abalado pela Covid-19. Lesões cardíacas são encontradas em até 30% dos pacientes hospitalizados. Elas contribuem para 40% das mortes
Embora não existam evidências sólidas de que as complicações cardíacas da infecção favoreçam problemas graves durante o esforço físico, a diretriz pede cautela. “É essencial realizar uma avaliação cardiológica antes do retorno à prática de exercícios”, informa o documento.
Além disso, preconiza-se aguardar pelo menos 14 dias sem manifestar quaisquer sintomas do vírus para voltar a malhar. “Isso vale para o esporte e para o convívio com terceiros”, completa o cardiologista Marcelo Leitão, presidente
da SBMEE.
Atenção à miocardite
Diferentes vírus conseguem deflagrar essa inflamação no tecido muscular do coração — o Sars-CoV-2 é um deles. De acordo com o guia brasileiro em questão, cerca de 10% dos indivíduos internados por causa desse agente infeccioso desenvolvem o quadro, que pode promover insuficiência cardíaca, arritmias e até morte súbita. Fadiga, falta de ar e palpitação estão entre os sinais.
Retorno gradual aos esportes
Em diversos trechos, o manual da SBMEE e da SBC cita a necessidade de um “retorno gradual” ao ritmo de antes. A ideia é começar em uma intensidade leve e ficar de olho nas respostas do corpo. Se não pintar nada de estranho nos primeiros treinamentos, dá para apertar um pouco o passo. E, claro, a severidade da Covid-19 e a condição física de cada um interferem na velocidade dessa progressão.