Dá para aprender braile brincando
Peças de Lego ajudam a alfabetizar crianças cegas e com baixa visão
Em 2023, mais de 1,7 mil professores brasileiros foram capacitados a ensinar estudantes com deficiência visual por meio de atividades lúdicas envolvendo pecinhas de montar adaptadas.
“Todo educador sabe a importância que a recreação tem no aprendizado dos pequenos, mas nem todos estão preparados para aplicar isso ao ensino de escrita e da leitura de crianças cegas ou com baixa visão”, expõe Ika Fleury, membro do Conselho Curador da Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Por isso, a entidade, em parceria com a Lego, passou a oferecer um programa de treinamento a educadores com o Lego Braille Bricks, um kit da famosa marca dinamarquesa adaptado para o ensino de braile.
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Além de contribuir para alfabetização de crianças cegas e com baixa visão, o material promove a inclusão delas em sala de aula, já que a brincadeira pode ser partilhada por colegas que não possuam deficiência.
“O kit também podem ser utilizado em diferentes disciplinas, de português a matemática. No curso, ajudamos os professores a integrar o material ao dia a dia”, afirma a conselheira.
Só no último ano, mais de 30 mil alunos foram beneficiados com a entrega de 3,5 mil kits em 46 municípios do país.
Diversão para todos
Mais de 100 mil crianças brasileiras têm deficiência visual
A solicitação
Kits são doados pela Fundação Dorina Nowill a escolas públicas e outras entidades que trabalham com a alfabetização de crianças de 4 a 10 anos.
O material
O conjunto tem mais de 300 peças cujo relevo é o mesmo das letras, números e símbolos em braile. O brinquedo já foi adaptado para alfabetos de dezenas de países.
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A brincadeira
Com as peças em mãos, as crianças podem reconhecer os caracteres e montar palavras e frases em bases que também fazem parte do kit.
A inclusão
Além do sistema braile, o brinquedo tem caracteres romanos e pode ser usado por crianças com e sem deficiência visual ao mesmo tempo, integrando toda a turma.