“Smartphones, tablets e outros dispositivos portáteis estão em todo lugar hoje em dia”, alerta a pediatra Catherine Birken, em um comunicado. Em todo lugar e em todas as faixas etárias. Segundo um trabalho dela e de outros pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, 20% das crianças examinadas já ficavam vidradas em aparelhos como esses por 28 minutos diários. E qual o problema? Cada meia hora a mais de convívio diário com as telinhas aumenta em 49% o risco de atrasos na fala.
Para chegar a essa conclusão, mais de mil pequenos foram avaliados, todos entre seis meses e dois anos de idade. Quando atingiam 1 ano e meio, eles passavam por um checkup — e foi aí que os experts notaram essa associação entre os dispositivos eletrônicos e um retardo na capacidade de se expressar verbalmente. Por outro lado, os cientistas não encontraram nenhuma ligação com deficiências na linguagem corporal ou mesmo em interações sociais.
“Essa é a primeira investigação que relata uma associação entre o uso de dispositivos móveis e um risco aumentado de atraso na fala”, afirma Catherine. A especialista reitera que seu levantamento reforça uma nova recomendação da Academia Americana de Pediatria que desencoraja qualquer tipo de mídia em tela para menores de 18 meses de idade.
A orientação é válida mesmo em casos de jogos e vídeos educativos. Uma alternativa pode ser a literatura infantil. Ler para as crianças, mesmo que elas sejam muito pequenas para entender o significado das letras, estreita os laços familiares e, de quebra, estimula o desenvolvimento cerebral. Experimente!