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Adolescentes que pulam o café da manhã podem desenvolver obesidade

Estudo brasileiro indica que, nos jovens, não fazer essa refeição está associado a um ganho de peso e no tamanho da cintura

Por Peter Moon (Agência Fapesp)
25 jul 2019, 12h38
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  • Em um trabalho publicado na Scientific Reports, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e de seis países europeus investigaram comportamentos determinantes para o ganho de peso entre adolescentes. O estudo destaca que o hábito de muitos jovens de pular o café da manhã em suas casas antes de seguir para as escolas guarda relação direta com o aumento da circunferência abdominal e com o aumento no índice de massa corporal (IMC) nesse grupo etário.

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    “O principal achado de nosso estudo indica que pular o desjejum está associado a marcadores de adiposidade [métodos que medem a quantidade de gordura corporal] em adolescentes, independentemente de onde vivem, do tempo de sono ou do sexo”, disse Elsie Costa de Oliveira Forkert, epidemiologista e pesquisadora do Grupo de Pesquisa YCare do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP.

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    “Ao dispensar o café da manhã, milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo podem substituir uma alimentação mais saudável dentro de casa pelo consumo, em cafeterias e lanchonetes escolares, de alimentos industrializados muitas vezes hipercalóricos e de baixo valor nutricional, como salgadinhos, doces e refrigerantes, o que está diretamente ligado ao desenvolvimento da obesidade”, completou.

    O artigo complementa o trabalho de pós-doutorado de Forkert, apoiado pela Fapesp, e contou com a colaboração de cientistas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Grécia e da Itália. Essa levantamento utilizou dados de dois grandes estudos, um europeu e outro brasileiro.

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    O de lá é o Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence Cross-Sectional Study (Helena-CSS), conduzido entre 2006 e 2007 e que acompanhou 3 528 adolescentes de 10 grandes cidades europeias. Todos foram estratificados por idade, sexo, região e status socioeconômico. Já a pesquisa brasileira, intitulada Saúde Cardiovascular do Adolescente Brasileiro (BRACAH Study), reuniu 991 adolescentes e foi conduzido em 2007 na cidade de Maringá (PR).

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    Os jovens foram avaliados quanto a fatores de risco cardiovascular e comportamentos relacionados à saúde. O estudo BRACAH foi coordenado pelo professor Augusto Cesar Ferreira de Moraes, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP.

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    “Os comportamentos relacionados ao equilíbrio energético foram medidos por meio de questionário que avaliou, entre outros fatores, o nível de atividade física dos adolescentes, sendo que um mínimo de 60 minutos por dia era o considerado adequado”, explicou Forkert. Para averiguar o comportamento sedentário, foi considerado o tempo diário despendido na frente da televisão, do computador e do videogame. O sono dos adolescentes pesquisados também foi examinado.

     

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    Já o questionário de Escolhas e Preferências Alimentares, que explora atitudes e preocupações quanto a estilo de vida e alimentação saudável entre os adolescentes foi usado para avaliar o consumo do café da manhã.

    A partir dessas informações, os cientistas analisaram se os jovens que dispensavem o desjejum apresentavam, em média, maior circunferência abdominal, peso etc. “Dos comportamentos relacionados ao equilíbrio energético, o que mais apresentou associação com os marcadores de obesidade foi o comportamento de pular o café da manhã”, garantiu Forkert.

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    “Verificamos um aumento médio na circunferência abdominal de 2,61 centímetros nos meninos europeus e de 2,13 centímetros nos brasileiros, quando esses têm o hábito de pular o café da manhã”, revelou Forkert. Mesmo dormindo oito horas por dia ou mais, eles tiveram uma elevação de 1,29 kg/m² a 1,69 kg/m² no índice de massa corporal.

    “O mesmo ocorreu entre meninas europeias. Diante do comportamento de pular o café da manhã, mesmo dormindo adequadamente, houve uma associação positiva com os marcadores de obesidade geral e abdominal”, contou Forkert. “Por exemplo, a circunferência abdominal aumentou em média 1,97 centímetro e a relação cintura-altura 0,02”, atestou Forkert.

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    Este conteúdo é da Agência Fapesp.

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