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30 dias para a COP30: os esforços para fazer da saúde um tema central

Governo e sociedade civil se movimentam para destacar (e mitigar) os impactos da crise climática na saúde pública

Por Chloé Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 out 2025, 18h31 - Publicado em 10 out 2025, 12h07
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O médico canadense Joseph Vipond na COP28, a primeira a ter um Dia da Saúde (Handout/Handout/Getty Images)
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Daqui a 30 dias, terá início a COP30, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, em Belém/PA. Os olhos do mundo estarão voltados à Amazônia, e diversas entidades se preparam para mostrar que a saúde é parte importante da crise ambiental.

Os dados mostrando essa conexão se acumulam. Entre 2030 e 2050, mais de 250 mil mortes devem ocorrer por causas relacionadas ao clima, de doenças infecciosas aos impactos diretos das ondas de calor.

Outras 7 milhões de mortes são provocadas todos os anos pela poluição atmosférica, que também aquece o planeta em um ritmo nunca antes registrado. Cada grau a mais, aliás, aumenta o risco de encrencas como infartos e AVCs.

Não à toa, estima-se que haja um gasto extra de até 4 bilhões de dólares ao ano no mundo manejando as consequências das mudanças climáticas no organismo humano.

“A crise climática é uma crise de saúde”, resume a médica Evangelina Araújo, fundadora do Instituto Ar, que lidera a iniciativa Médicos Pelo Clima. O movimento reúne 15 mil médicos e pretende fazer barulho na COP30, evento onde a pauta é historicamente escanteada.

+Leia também: Com mundo mais quente, aumenta o impacto das mudanças climáticas na saúde

Dia da Saúde

Apenas na COP28, há dois anos, se instituiu o chamado Dia da Saúde, para conversas entre os países e elaboração de possíveis acordos de colaboração para mitigar os efeitos da mudança do clima na população.

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As discussões até agora, porém, foram muito tímidas e não levaram a grandes movimentações. Na COP29, o Dia da Saúde tornou-se permanente e, agora, na COP30, o Brasil quer dar um passo além e deixar um legado mais relevante.

“Desde a COP28, a ideia é ter uma ação mais concreta. Não queremos entregar mais uma declaração”, comenta a enfermeira Ethel Maciel, designada pelo governo como representante da saúde no evento.

Esse ano, o Dia da Saúde acontece em 13 de novembro.

Plano de ação

Como parte de seus esforços para liderar a discussão sobre a saúde na COP, o governo apresenta o Plano de Ação em Saúde de Belém. “O objetivo é ter um compromisso global com este plano”, destaca Maciel.

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A ideia foi apresentada pela primeira vez na COP29, e desde então o documento, que será apresentado e discutido em Belém, tem sido elaborado por meio de reuniões com financiadores, representantes da sociedade civil, da academia e outros governos. O grupo de pesquisas Lancet Countdown também participa.

O texto trará três linhas de ação prioritárias:

  • Vigilância e monitoramento, para identificar melhor os impactos das mudanças climáticas. Isso também ajuda a estabelecer relações de causa e efeito.
  • Preparação dos sistemas de saúde e dos profissionais com informações baseadas em evidência.
  • Pesquisa e inovação, para impulsionar a busca por soluções eficazes de mitigação e vigilância.

Na COP30, os países discutirão o plano e aderirão ou não às medidas propostas.

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+Leia também: Saúde precisa estar na agenda climática dos governos

Médicos se mobilizam

Antes do dia da saúde, o grupo Médicos pelo Clima fará uma Marcha Global pela Saúde no dia 11 de novembro, em Belém. A iniciativa é liderada pelo Instituto Ar, que há mais de 15 anos luta para colocar a pauta climática na agenda da medicina.

“Temos exemplos históricos de que, quando médicos apontam danos à saúde, há um combate mais efetivo a problemas globais, como aconteceu com o tabagismo e com o DDT [pesticida que acabou sendo proibido por seus riscos]”, comenta Vormittag, uma das líderes da mobilização.

No próximo dia 17, o grupo entregará uma carta à Maciel propondo que a saúde seja um dos eixos centrais da COP30. A movimentação já conta com apoio de entidades como a Global Climate and Health Aliance (GCHA), a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Desafios

Hoje, menos de 2% do financiamento de medidas de contenção das mudanças climáticas vai para projetos de saúde. Enquanto se avança com morosidade nas políticas públicas e compromissos internacionais para mudar esse cenário, as estatísticas vão piorando.

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A própria cidade de Belém, que receberá o evento, sente os efeitos da destruição da floresta amazônica no Pará. Já está mais aquecida, seca e, segundo um estudo, deverá ser o segundo centro urbano mais quente do mundo em 2050.

Às vésperas da COP30, a capital paraense está à beira de um colapso na saúde pública, alertou recentemente o Ministério Público Federal.

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