Fontes importantes de água doce e zonas costeiras ao redor do planeta estão sob alto risco de contaminação por manejo inadequado do lixo urbano. É o que denuncia um estudo publicado na Nature Communications.
O artigo destaca que 64% dos resíduos de cidades são mal gerenciados. Mais de 70% do despejo irregular em ambientes aquáticos ocorre em regiões como China, Índia e África.
Mas a América Latina também não vai lá muito bem. Praticamente toda a costa brasileira e os rios de boa parte do nosso Sudeste e Centro-Oeste estão em perigo. “O lixo pode contaminar a água potável e a cadeia de produção de comida, além de prejudicar pesca, turismo e os ecossistemas locais”, comenta Adriana Gomaz Sanabria, do International Institute for Applied Systems Analysis (IIASA), autora da pesquisa.
O Brasil está secando
Em pouco mais de 30 anos, o Pantanal, que é considerado uma das principais áreas úmidas do mundo, perdeu 61% da sua superfície aquática. O diagnóstico é de um levantamento do Mapbiomas, feito com imagens de satélite do território nacional.
E o problema não termina ali: o país todo ficou 3% mais seco entre 2022 e 2023. Seria como perder uma superfície de água equivalente a cinco cidades de São Paulo. Os pesquisadores alertam que a intensificação do uso do solo tem influência nesse processo.
Além do Pantanal, a Amazônia, que abriga mais de 60% da água do país, também enfrentou reduções históricas, em especial entre outubro e dezembro. Nessa época, a região foi atingida por uma grave seca, que isolou comunidades e matou uma série de animais.
Acesse as notícias através de nosso app
Com o aplicativo de VEJA SAÚDE, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja, Claudia e Superinteressante.