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Agrotóxicos são detectados até em lagos isolados e fórmulas infantis

Estudos brasileiros detectam pesticidas em áreas naturais protegidas e produtos substitutos do leite materno

Por Chloé Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 jul 2025, 10h30
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Agrotóxicos são encontrados a muitos quilômetros de seus locais de uso (Foto: andreusK/Getty Images / Ilustração: Estúdio Tigre/Veja Saúde)
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Uma investigação conduzida por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) encontrou 17 defensivos agrícolas em lagos e turfas nos parques nacionais do Itatiaia e da Serra dos Órgãos, em território fluminense.

“O que chama a atenção é que essas áreas estão a mais de 2 mil metros de altitude, muito distantes de onde essas substâncias são usadas”, diz o biólogo Claudio Parente, principal autor do trabalho, publicado no periódico Environmental Pollution.

A hipótese (não averiguada pelo estudo) é que os compostos tenham chegado lá por dispersão atmosférica na sua forma gasosa e, uma vez em um local mais frio e alto, sejam condensados e depositados no solo.

“E todos eles se mantinham ativos, ou seja, com seus efeitos herbicidas e inseticidas”, nota. Trata-se de uma ameaça a regiões de biodiversidade única, com espécies não encontradas fora dali e que deveriam ser blindadas de perigos do tipo.

Substâncias mais encontradas

Clorpirifós: Flagrado em maior concentração. Seus níveis passaram a aumentar depois que foi banido na Europa e nos Estados Unidos, tendência vista em outras pesquisas do grupo carioca.

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Carbendazim: Presente em 90% dos locais. Era um dos mais usados no país, mas foi proibido pela Anvisa em 2022 por riscos à saúde humana. Foi encontrado em sedimentos do solo, então poderia estar lá há bastante tempo.

+Leia também: Resíduos de agrotóxicos estão por toda parte

Estudo detecta pesticidas em fórmulas lácteas

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(Ilustração: Editoria de arte/Veja Saúde/Veja Saúde)

 

Em seu doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a pesquisadora Marcella Vitória Galindo analisou a presença dessas substâncias potencialmente tóxicas em 30 amostras de fórmulas lácteas vendidas no Brasil.

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Alguns dos produtos substitutos do leite materno continham o mesmo clorpirifós encontrado nos lagos fluminenses. E o mais preocupante: 10% das amostras avaliadas escondiam carbofurano, agrotóxico proibido no país desde 2017.

A explicação para isso é a mesma do trabalho da UFRJ: esses pesticidas podem ficar acumulados (e causando estragos) no ambiente anos e anos depois de deixarem de ser empregados.

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