Poluição e infecção: uma combinação explosiva para os pulmões
Novo estudo revela que a poluição atmosférica está diretamente ligada ao maior risco de pneumonia. Nosso colunista explica o tamanho do problema
Nesta temporada de inverno, estamos presenciando (e sentindo literalmente) grandes variações de temperatura, com dias frios seguidos de dias secos e quentes. E, quando a umidade relativa do ar está muito baixa, sem chuvas no horizonte, um problema aparece com mais força, a poluição atmosférica.
Há tempos sabemos que os níveis de poluição elevados são prejudiciais aos pulmões, mas também ao coração e até ao sistema nervoso. Na verdade, sobra para todo o organismo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estimam-se mais de 4 milhões de óbitos anuais pelo mundo decorrentes dos poluentes.
Ainda na década de 1990 já verificávamos que, entre 24 e 48 horas após picos de poluição, ocorria um aumento de cerca de 20% na procura de pronto-atendimento por problemas respiratórios na região metropolitana do ABC paulista.
Mas, não bastasse a poluição, o inverno traz consigo a ameaça das infecções respiratórias. Temos visto na rotina muitos casos de gripe, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros agentes por trás de resfriados.
Não só: nesse período aumentam significativamente os casos de pneumonia bacteriana, sobretudo por cepas de Pneumococus.
E, agora, uma nova pesquisa, recém-publicada em revista científica, comprova que a poluição atmosférica está intimamente ligada ao maior risco de pneumonias. Sim, os patógenos e os poluentes formam uma combinação explosiva.
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Já sabíamos que a poluição elevava diretamente os casos de crises de asma, bronquite, DPOC, AVC e arritmia cardíaca. Pois as infecções respiratórias passam a integrar esse grupo.
E há um fator agravante nessa história: ser fumante. Quem fuma e está exposto a poluição atmosférica tem um risco ainda maior de adquirir pneumonia. Portanto, a combinação se torna ainda mais explosiva quando se tem essa fórmula: inverno + poluição + tabagismo + infecção.
Não temos como evitar mudanças bruscas de temperatura (no máximo, é botar ou tirar o agasalho), e mesmo a secura e a poluição são questões que não dependem só de nós, mas das cidades onde estamos inseridos.
O tabagismo, pelo menos, pode ser evitado ou tratado. E, importantíssimo, também podemos reduzir expressivamente o risco de infecções respiratórias (por gripe, Covid-19, bactérias pneumocócicas…) por meio de vacinas.
Então busque prevenir sempre que possível! Enquanto cobramos as autoridades por mais medidas contra a poluição do ar, faça sua parte… Pois respirar é preciso!