Muitas amigas me falam que, depois da menopausa, não há como emagrecer. “O meu metabolismo ficou lento e engordei rapidamente”, dizem.
Eu ouvi isso tantas vezes que resolvi dedicar uma coluna a elas. Até porque essa crença não é real. “Só fala isso quem não é mulher”, você pode responder. E tem razão, não sou mesmo. Mas minha análise será técnica, pode acreditar.
Os estudos em relação a essa fase da vida demonstram algumas mudanças corporais bem conhecidas. E sim: as alterações hormonais modificam os sinais para distribuição da gordura corporal feminina.
Durante o período reprodutivo, há uma predominância de acúmulo de gordura na coxa da mulher. Após a menopausa, ela entra no padrão masculino, com maior depósito gorduroso no abdômen. Essa é a gordura visceral.
A gordura visceral é mais danosa para a saúde como um todo. É por essa razão que os problemas cardíacos, que acometem os homens em toda sua vida, ocorrem em maior proporção no sexo feminino do climatério em diante.
Porém, a mulher que atravessou essa fase não possui, por fatores fisiológicos, qualquer alteração que determine um aumento da gordura no corpo como um todo. Vou repetir: o organismo feminino não sofre uma redução no gasto calórico depois da menopausa.
O que ocorre é uma diminuição da atividade física espontânea e, consequentemente, uma queda do gasto calórico diário. As razões pelas quais isso ocorre são variadas. Elas incluem menor disposição, redução das horas de sono, alterações de humor e por aí vai.
Isso significa que lidar com os eventuais desconfortos que a menopausa gera é fundamental. Só assim você impede que eles fomentem o sedentarismo e, consequentemente, iniciem um processo de engorda.
O que fazer então para amenizar as repercussões do climatério? Eu sugiro:
- Conversar com seu médico sobre as alternativas para melhorar os sintomas dessa fase
- Cuidar do seu sono. Noites consecutivas bem dormidas garantem a disposição e o humor para se exercitar. E a prática regular de atividade física, por sua vez, melha o sono. É um circulo virtuoso
- Valorizar as oportunidades de gasto calórico, mesmo que elas sejam pequenas. Subir escadas, caminhar mais e fazer pequenos deslocamentos no dia são bons exemplos. E, claro, vale a pena guardar espaço na agenda para exercícios físicos programados.
No fim, encare a menopausa como um desafio onde a solução está ao seu alcance. E conte com a atividade física como sua maior aliada.