A minha esposa, Luciana Lancha, e eu temos o costume de comer comida japonesa uma vez por semana. A cidade de São Paulo é fabulosa para isso: temos quase tantos restaurantes japoneses quanto pizzarias. Aliás, eu adoro pizza e até agora estou aguardando para dividir uma com meu amigo Theo, jornalista da SAÚDE que edita os textos desta coluna (recado dado!).
Pois bem: outro dia, estávamos sentados em um desses restaurantes quando escutamos, na mesa ao lado, a seguinte frase: “salmão é supersaudável”. De fato, o salmão é bastante nutritivo. Ele fornece boa quantidade de proteínas e gorduras poli-insaturadas na forma de ômega-3.
Eis que o sujeito faz o seu pedido: “Como o salmão é saudável, vou querer dez sashimis de salmão, cinco sushis de salmão e um temaki de salmão com ovas de salmão por cima”.
Ao basearmos nossa dieta em um único alimento — com suas mais variadas formas de consumo —, teremos um padrão de nutrientes homogêneo. A falta de variedade, além de monótona, deixa diversas substâncias importantes para o organismo de fora do cardápio, por mais que o alimento escolhido seja muito nutritivo.
E isso, além de não ser saudável, pode sabotar seu projeto de emagrecimento. Nosso corpo possui mecanismos extremamente elaborados no controle do consumo de alimentos, que contemplam a variedade de nutrientes ingerida nas refeições.
A monotonia alimentar predispõe o organismo a buscar todos os nutrientes que faltaram nas ingestões anteriores. Na prática, ele não vai disparar uma forte sensação de saciedade na expectativa de que você passe a comer outros alimentos, com outros nutrientes que abasteçam suas necessidades fisiológicas. Conclusão: ao ficar só no salmão em um rodízio japonês, você tende a ingerir mais calorias do que se variasse nas escolhas.
Diversifique suas opções à mesa! A saciedade surgirá mais efetivamente com um leque variado de nutrientes. E lembre-se: não existe alimento saudável e alimento não saudável. Existe alimentação saudável — e é ela que o levará rumo ao seu melhor exemplar.