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O Fim das Dietas

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Antonio Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da USP e autor de livros como "O Fim das Dietas", ensina como emagrecer sem cair em promessas furadas
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Alimento saudável também engorda

Há itens cheios de nutrientes benéficos, mas que também podem levar ao ganho de peso. Colunista explica como criar a sua alimentação saudável

Por Antonio Herbert Lancha Jr.
28 mar 2018, 12h10
Emagrecimento e dieta equilibrada
Não é porque o alimento é saudável que está livre de calorias. (Foto: Alex Silva/A2 Estúdio)
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Com frequência ouvimos: “Não sei por que engordo, eu como de um jeito saudável”. Mas a pergunta que você deve fazer é: cabe apenas aos junk foods e congêneres o acúmulo de calorias ao longo do dia? Do ponto de vista de emagrecimento, seria sensacional se, ao optarmos por um item conceitualmente saudável, estivéssemos isentos das calorias. Mas não é o caso – e o próprio conceito de saúde depende de suas metas.

Vamos fazer um exercício para deixar isso mais claro: o salmão possui mais ômega-3 do que o atum. E essa gordura ajuda a afastar problemas cardiovasculares. No entanto, o atum é menos calórico do que o salmão.

A “escolha saudável”, aqui, depende do seu objetivo. Se deseja menos calorias, vá de atum. Se pretende se beneficiar do ômega-3, deguste o salmão.

Isso também é válido para alimentos de origem vegetal. Eu lembro quando era office boy do Banco do Brasil, no auge dos meus 14 anos, e lá havia um funcionário vegetariano. Todos falavam: “Ah, o Miguel [nome fictício] é saudável, só come vegetais”.

Como curiosidade, eu confesso que, na época, tinha dificuldade de entender essa frase, porque fui criado à base de arroz, feijão e bife. Para mim, arroz com feijão, sem bife, não representava algo aceitável. Mas pode ser, claro.

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Só que o Miguel também era robusto. Ele recheava suas gavetas de castanhas, nozes, amêndoas… E as oleaginosas são saudáveis na medida em que oferecem gorduras boas, porém carregam muitas calorias.

Aliás, também não caia em preceitos como “comida japonesa é sempre equilibrada”. A opção por sushi e sashimi pode parecer saudável (e às vezes é mesmo), mas também pode cair em um cardápio monótono, eventualmente com excesso de gordura, proteína e sódio.

A culinária japonesa não tem selo de garantia de “bom para a saúde”. Nem ela, nem qualquer outra gastronomia.

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Alimentação como questão filosófica ou religiosa

Tenho amigos da comunidade judaica e adeptos da alimentação kasher (que significa próprio, adequado). Não vou me aprofundar muito aqui, mas o fato é que essa filosofia alimentar incentiva o consumo de certos alimentos e restringe o de outros.

Pois bem: não há problema em orientar seu cardápio segundo uma opção religiosa ou qualquer outra convicção. Basta escolher alimentos kasher e, depois, ajustar a dieta à sua necessidade nutricional e forma de viver.

Só peço para não confundir ideais com saúde. Se optarmos apenas pela determinação religiosa, temos sorvetes maravilhosos que são kasher e que, consumidos livremente, engordarão. Depois de passar pelo crivo filosófico, não deixe de adequá-lo às suas metas saudáveis.

Assim, antes de pensar em sua alimentação apenas por um prisma (saudável, vegetariano, religioso etc), lembre-se de que todos os caminhos podem ser adequados à sua necessidade. Isso requer um acerto técnico, que cabe a um profissional competente auxiliá-lo.

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