Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Guenta, Coração Por Blog Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito
Continua após publicidade

Pensamentos e sentimentos influenciam a saúde cardiovascular

Cardiologista aborda a espiritualidade na prevenção e no controle de doenças que afligem o coração

Por Álvaro Avezum, cardiologista*
Atualizado em 4 fev 2021, 12h46 - Publicado em 4 fev 2021, 12h22
  • Seguir materia Seguindo materia
  • De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde “é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Mas uma das dificuldades de certas especialidades médicas, como a cardiologia, é justamente sair do plano material. Há uma falta de prática por parte dos especialistas em abordar questões psicológicas e morais com os pacientes.

    Publicidade

    Os profissionais da área deveriam chamar para si essa responsabilidade. Até porque está comprovado cientificamente: nossa maneira de pensar e sentir e nossas reações habituais podem nos levar a desenvolver enfermidades morais, que desencadeiam doenças físicas importantes, como as cardiovasculares.

    Publicidade

    A enfermidade moral é a resposta subjetiva do paciente que se encontra em estado de desarmonia, mesmo não havendo confirmação ambulatorial ou laboratorial que traga um diagnóstico preciso. Também pode haver ocorrência de alterações bioquímicas, hormonais e desfechos clínicos. As causas da enfermidade moral estão intrinsecamente ligadas à espiritualidade, inclusive na cardiologia.

    Evidências científicas mostram que indivíduos com mais espiritualidade apresentam menos fatores de risco para doenças cardiovasculares. Eles fumam menos, praticam mais atividade física, têm pressão e colesterol controlados e menor incidência de diabetes. Além disso, a espiritualidade se relaciona com menores níveis de citocinas e marcadores inflamatórios, substâncias que contribuem para o surgimento de doenças do coração.

    Publicidade

    Estudos apontam, por exemplo, que pacientes com maior espiritualidade, ao serem submetidos a cirurgias cardíacas, têm menos complicações no pós-operatório, bem como menos estresse, depressão e ansiedade. Em cardiopatas, quanto maior a espiritualidade, menor a progressão da doença ao longo dos anos.

    Continua após a publicidade

    Efeitos colaterais da falta de espiritualidade

    Sabe-se que pessoas estressadas, competitivas, agressivas ou raivosas estão mais propensas a cardiopatias, distúrbios do ritmo cardíaco e demais complicações cardiológicas. Aqueles que convivem com esses sentimentos sofrem com estresse e, consequentemente, com os efeitos negativos desse modo de vida.

    Publicidade

    Isso ocorre porque, nessas condições, o coração é submetido à ação intensa de adrenalina, o que provoca aumentos intermitentes da frequência cardíaca e da pressão arterial, sobrecarregando o sistema cardiovascular.

    Um estudo norte-americano chamado CARDIA (Coronary Artery Risk Development in Young Adults) reforça que altos níveis de hostilidade tendem a contribuir para a doença cardiovascular precoce. Em contrapartida, ele demonstrou que a terapia direcionada à redução dessa emoção reduziu o risco de um novo infarto não letal em mais de 50% dos casos.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Outro dado apresentado pelo levantamento aponta que programas de reabilitação cardíaca e treinamento físico podem diminuir a hostilidade e melhorar o bem-estar após grandes eventos coronarianos.

    Já a disposição ao perdão se associa beneficamente à doença arterial coronariana, enquanto a gratidão obtém melhores desfechos clínicos em insuficiência cardíaca. De maneira geral, perdão e gratidão têm exibido bons resultados gerais relacionados à saúde mental e física.

    Publicidade

    Diante desses fatos, muitos discutidos em artigos científicos publicados na edição especial da Revista da SOCESP sobre Espiritualidade, Cardiologia Comportamental e Social, comprovamos que, cada vez mais, o paciente precisa ser visto pelos profissionais de saúde de maneira integral. Ele deve ser submetido a uma abordagem ampla, uma vez que questões espirituais e de comportamento podem ser metade do problema, mas também metade da cura.

    *Álvaro Avezum é cardiologista, diretor da SOCESP e coeditor da Revista da SOCESP – Cardiologia Prática – Espiritualidade, Cardiologia Comportamental e Social

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.