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Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito
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Outubro é mês das “manobras pela vida”, mas poucos as conhecem

Apenas 20% das pessoas fazem massagens cardíacas para ressuscitação, e mais de 40% sequer sabem o telefone do SAMU

Por Agnaldo Piscopo e Elton Scuro, cardiologistas*
21 out 2024, 15h12
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  • Até mesmo uma criança de 12 anos pode salvar uma vida, desde que devidamente treinada para executar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) diante de uma parada cardíaca.

    A afirmação é da American Heart Association (AHA), organização norte-americana que dissemina cuidados para reduzir ocorrências de lesões e mortes por cardiopatias e acidente vascular cerebral (AVC), enquanto o socorro formal não chega. Outubro é o mês escolhido pela entidade para divulgar a importância dessas manobras.

    As manobras de RCP devem ser aprendidas em cursos preparatórios credenciados pela AHA, como os ministrados no Centro de Treinamento da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).

    Entretanto, a adesão a esse tipo de aula é muito baixa. Pesquisa recente do AHA nos Estados Unidos revelou que 35% dos entrevistados tinham confiança para realizar o procedimento quando necessário. Entre os brasileiros, estimamos este percentual esteja abaixo dos 20%.

    Devido à baixa adesão de voluntários treinados, menos da metade dos que sofrem parada cardíaca nos EUA recebem RCP até a chegada das equipes de salvamento.

    No Brasil, estima-se que as massagens cardíacas alcancem menos ainda aqueles que passam mal longe das unidades de saúde. Sendo que metade das mortes relacionadas ao infarto ocorre fora de ambientes hospitalares e, portanto, a grande maioria não chega a receber assistência médica.

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    Sem atendimento nos primeiros dez minutos após o evento cardíaco, a vítima perde 10% da chance de sobreviver a cada minuto passado. São 720 paradas cardíacas todos os dias no país e somente três pessoas em cada 100 sobrevivem.

    A falta de tratamento adequado e rápido tende a resultar em uma taxa de mortalidade média de 30% quando não há intervenção. Mas tem chance de cair para menos de 6% com o socorro apropriado em tempo hábil.

    +Leia também: Ressuscitação cardiopulmonar: a vida nas palmas das mãos

    SAMU também é desconhecido

    A maioria das paradas cardíacas decorrentes ao infarto agudo do miocárdio, conhecidas como “morte súbita” são causadas por arritmias cardíacas, quando os impulsos elétricos do coração se tornam rápidos e desorganizados, fazendo com que o órgão pare de bater repentinamente.

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    Como vimos, as evidências atestam que, quanto mais voluntários preparados para a RCP e principalmente com acesso e preparo para utilizar um desfibrilador, mais pessoas serão salvas.

    Mas há um passo atrás ainda mais simples: acionar o serviço de emergência. Uma pesquisa da Socesp averiguou que 16% das pessoas não saberiam como pedir ajuda diante de uma parada cardíaca e 27% estavam equivocados quanto ao telefone do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), cujo número correto é 192.

    A pesquisa consultou 2.764 pessoas na capital, no interior e no litoral do estado.

    Como aprender a fazer as manobras?

    O Centro de Treinamento da SOCESP oferece cursos presenciais e on-line para atendimento a emergências cardiovasculares. Os instrutores são treinados de acordo com as diretrizes da AHA e as aulas contam com equipamentos especiais, como manequins simuladores e desfibriladores externos automáticos.

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    Agora em outubro, mês da conscientização da importância da RCP, o Centro de Treinamento da SOCESP intensifica a divulgação de informações relevantes por meio de postagens em mídias sociais e no site da entidade, além de entrevistas e podcasts esclarecendo sobre as manobras de ressuscitação.

    A oportunidade de reduzir o número de mortes está, literalmente, em nossas mãos, incluindo a ponta dos dedos: tenha o número do SAMU salvo em sua agenda do celular e faça um curso de RCP para agir prontamente diante de uma parada cardíaca, que pode vitimar um parente, amigo ou mesmo um desconhecido na rua.

    Você pode fazer a diferença entre a vida e a morte de alguém.

    *Agnaldo Piscopo é cardiologista e diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp); Elton Scuro é cardiologista e diretor do Centro de Treinamento da Socesp.

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