Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Guenta, Coração

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito
Continua após publicidade

Os cuidados para quem tem hipertensão se proteger do coronavírus

Médico explica por que alguns ajustes na rotina são essenciais para evitar complicações da Covid-19 e outros perigos como infarto e AVC

Por Dr. Flávio Borelli, cardiologista*
Atualizado em 4 Maio 2020, 19h38 - Publicado em 13 abr 2020, 16h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A hipertensão arterial é umas das doenças mais prevalentes e uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Além das consequências já conhecidas para o indivíduo que não está com a pressão controlada, a pandemia de Covid-19 (causada pela coronavírus) se torna, neste momento, mais um importante risco para esses pacientes.

    Segundo relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, os hipertensos estão entre os principais alvos de complicações pelo coronavírus. Na China, um estudo feito em Wuhan com pacientes infectados mostrou que 48% das pessoas que morreram tinham pressão alta. O índice de hipertensos caiu pela metade (24%) entre os que se recuperaram bem.

    Daí por que os hipertensos merecem uma atenção especial. Eles devem tanto buscar evitar o contágio pelo vírus — medida baseada principalmente no isolamento social — como manter os cuidados habituais para o controle da pressão arterial. E aqui me refiro ao uso regular de medicamentos, dieta equilibrada e prática de exercícios.

    Independentemente da idade, por pertencerem ao grupo de risco, os hipertensos devem estar com as vacinas em dia — incluindo a vacina da gripe, que estará disponível para os pacientes crônicos a partir do dia 16 de abril na rede pública.

    O aumento anormal da pressão

    Mas, afinal, por que a pressão sobe e permanece elevada em determinadas pessoas? Em linhas gerais, os “números” da pressão — medidos em milímetros de mercúrio (mmHg) — são o resultado da força (ou pressão) que o sangue, bombeado a partir do coração, faz ao percorrer as paredes das artérias, que, por sua vez, oferecem certa resistência a esse trânsito. Essa “disputa” determina a pressão arterial de cada indivíduo.

    É classificado como hipertenso aquele cuja pressão fica maior ou igual a 14 por 9 na maior parte do tempo. A partir desses números, as chances de a pressão alta provocar doenças cardiovasculares e renais são maiores do que em pessoas com níveis normais.

    Continua após a publicidade

    O primeiro número se refere à pressão sistólica, ou máxima, que registra o momento em que o coração libera o sangue e este tem seu impacto com a aorta, a maior artéria do corpo. O segundo valor é a pressão diastólica, ou mínima, que é dada pela resistência imposta pelos vasos chamados arteríolas. Para considerar que uma pessoa está com a “pressão boa”, a medição deve apontar 12 por 8.

    Doença silenciosa

    Na maioria das vezes, a hipertensão não dá sintomas. Mesmo a agressão a órgãos nobres como coração, cérebro, rins e olhos pode acontecer sem o paciente apresentar qualquer sinal. Daí a nossa recomendação de que, mesmo na ausência de manifestações estranhas, a pressão seja medida com frequência.

    Ainda assim, alguns sintomas podem delatar que a pressão está alta. É o caso de dor no peito, dor de cabeça, tontura, zumbido, palpitações, fraqueza, falta de ar, sangramento nasal e visão embaçada.

    Como a hipertensão tem características genéticas, o médico deve ser informado sobre casos na família, especialmente por ascendência direta, como pai e mãe. A idade também influencia, uma vez que, acima dos 60 anos, as artérias vão perdendo a flexibilidade.

    Continua após a publicidade

    Outro fator de risco é a etnia: estudos comprovam que as populações negra e asiática estão mais sujeitas à hipertensão. Obesidade, poluição, estresse, sono irregular, excesso de bebidas alcoólicas, colesterol alto, tabagismo, alto consumo de sal, sedentarismo, diabetes, doenças renais, apneia do sono e hipertireoidismo, além da menopausa, também contribuem para o quadro.

    Perdas e danos

    A hipertensão costuma chegar sem alardes, mas pode provocar grandes estragos quando não controlada. Com a pressão arterial fora dos parâmetros, o coração tende a ser um dos órgãos mais impactados por conta da circulação sanguínea comprometida. Assim, ele não recebe sangue e oxigenação suficientes, aumentando o risco de um infarto.

    O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é outro perigo real para os hipertensos. Isso porque as artérias da cabeça, por conta da doença, estão suscetíveis a importantes estreitamentos e rupturas. Além disso, a pressão alta ocasiona pequenas obstruções e hemorragias no cérebro, que chegam a destruir os neurônios e levar à demência e perda da memória.

    Insuficiência renal é outra possível consequência da hipertensão descontrolada por longo tempo. A pressão alta ainda interfere nos vasos que irrigam a retina, tecido no fundo dos olhos, podendo causar vista embaçada ou até mesmo perda da visão.

    Continua após a publicidade

    Não há cura, mas há controle

    O controle da pressão arterial tende a exigir mudanças no estilo de vida e o uso de remédios. No tratamento medicamentoso entram diversas substâncias prescritas pelos médicos, que ainda podem ser combinadas: diuréticos, vasodilatadores, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora da angiotensina, bloqueadores do receptor da angiotensina II e betabloqueadores são algumas delas.

    Mas, sem dúvida, bons hábitos são o melhor remédio para combater a hipertensão. Exercícios físicos bem orientados, incorporados à rotina — principalmente atividades aeróbicas, como caminhadas, natação e corrida —ajudam na liberação de óxido nítrico, que é um vasodilatador e, portanto, contribui naturalmente para manter a pressão em níveis normais.

    Uma alimentação balanceada, com baixo consumo de sal, também é crucial. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) recomenda até 5 gramas de sal por dia, ou uma colher de chá. É o limite de consumo, sem esquecer que o sal está presente em boa parte dos alimentos processados, como massas e temperos industrializados, facilmente encontrados na mesa dos brasileiros, mas que deveriam ser evitados.

    Nunca é tarde para virar essa mesa! Aproveite o período de isolamento social e promova sua revolução pessoal em prol de uma vida mais saudável.

    Continua após a publicidade

    * Dr. Flávio Borelli é cardiologista, doutor pela Universidade de São Paulo (USP), assessor científico da Socesp e médico assistente da Seção de Hipertensão Arterial e Nefrologia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (SP)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.