Ela é uma arritmia cardíaca bastante comum, afetando principalmente os mais idosos. Resulta em pulsação mais rápida e irregular. Eis a fibrilação atrial, que ocorre quando os átrios, que são as câmaras superiores do coração, contraem-se de maneira não sincronizada e involuntária.
Os sinais de fibrilação atrial são: palpitações, pulso irregular, dificuldade de respirar, sensação de fraqueza, fadiga aos esforços, dor no peito e tontura. Porém, mais da metade dos pacientes com a arritmia não apresenta sintomas – daí a importância da visita periódica ao cardiologista.
O problema é diagnosticado por meio do exame clínico, do eletrocardiograma ou de um Holter 24 horas, aparelho que monitora os batimentos cardíacos durante um dia todo, enquanto a pessoa faz suas atividades.
Como ocorre em quase todas as doenças, o diagnóstico precoce contribui muito para evitar o agravamento do mal e para que se possa obter bons resultados no controle da arritmia. A terapia busca reverter a fibrilação, reequilibrar a frequência cardíaca e impedir a formação de coágulos que podem causar AVC (derrame).
Se por um lado a fibrilação atrial ainda não tem cura, por outro ela pode ser prevenida. Nesse sentido, é fundamental adotar uma alimentação equilibrada, controlar a hipertensão, o diabetes e o colesterol, consumir álcool de modo cometido, não fumar, vencer o sedentarismo e a obesidade, evitar o excesso de cafeína e reduzir o estresse. Todas essas medidas ganham ainda mais relevância quando atingimos idades mais avançadas.
Outro ponto que vale ressaltar: a fibrilação atrial é benigna. Ou seja, ela não provoca morte súbita.
Contudo, existem arritmias das câmaras inferiores do coração (ventrículos) que podem causar parada cardíaca e morte. Nesses casos agudos, aplica-se procedimento de emergência, com aparelho elétrico desfibrilador, visando o restabelecimento das funções do coração.
Como a maioria das mortes súbitas acontece fora do ambiente hospitalar, é fundamental o socorro rápido às pessoas, incluindo a massagem torácica, que pode salvar muitas vidas.
Não é sem razão, portanto, que mantemos na Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) o projeto social Treinamento em Massa. A iniciativa é permanente e oferece um curso a estudantes, professores e demais interessados para que aprendam a fazer a massagem cardiorrespiratória e se conscientizem de sua importância. A disseminação desse processo na sociedade contribui para evitar muitas mortes por parada cardíaca, porque o socorro rápido aumenta muito as chances de sobrevivência e dá tempo para que os profissionais cheguem ao paciente.
*Dr. Guilherme Fenelon é cardiologista e integrante da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).