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Como o calorão do verão impacta a saúde cardiovascular

O coração está entre os órgãos mais sobrecarregados quando os termômetros vão para as alturas

Por Marcelo Franken, cardiologista*
12 jan 2024, 09h09

O termo “calor senegalês”, que usamos hiperbolicamente em alusão ao clima do Senegal, país do continente africano cuja temperatura média anual é de 35 graus, teve aplicabilidade em algumas cidades brasileiras desde novembro do ano passado. Em 13/11, São Paulo – cuja média máxima para o penúltimo mês do ano é de 26,9 graus – registrou o segundo dia mais quente da história desde 1943: 37,7 graus, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A “culpa” desse destempero seria do fenômeno climático El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico e que, por sua vez, altera temporariamente a distribuição de umidade e calor no planeta, especialmente na zona tropical. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), os efeitos podem ser sentidos até abril deste ano.

Mas esta onda não é um fato isolado. O informe do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em agosto de 2022, aponta alterações climáticas piores e mais rápidas do que se previa.

Por volta de 2030, uma década antes do estimado, a Terra tende a ter um acréscimo de mais 1,5°C. Isso trará impactos sérios na produção de alimentos e no meio ambiente, afetando fauna e flora, entre outras questões de infraestrutura e logística.

Porém, é a saúde humana de quem convive com esse calor “fora do normal” que preocupa médicos em geral e cardiologistas em particular. Segundo a OMS, a população está diretamente ameaçada por esses câmbios, que já provocam ao menos 150 mil mortes ao ano no mundo.

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Quando falamos do coração, o abrasamento do clima fica ainda mais perigoso. O corpo – que normalmente mantém 36 graus – exposto a altas temperaturas trava uma verdadeira batalha para regular a hipertermia. Essas tentativas de adaptações fisiológicas de resfriamento facilitam uma série de eventos adversos, que tendem a impactar a saúde cardiovascular.

+Leia também: Estenose aórtica: solução brasileira para aliviar o coração

Desidratação e insolação

A primeira reação espontânea do corpo aquecido ao extremo é transpirar. Mas o excesso de suor, quando não acompanhado da hidratação oral adequada, leva a quadros de desidratação.

A desidratação diminui o volume sanguíneo e, por sua vez, afeta a pressão arterial, podendo haver hipotensão – ou seja, queda da pressão.

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Além disso, pode tornar o sangue mais espesso, ampliando o risco de formação de coágulos. Da mesma forma, o estresse térmico faz o coração bater mais rápido para dissipar o calor, provocando taquicardia.

a insolação é um quadro de hipertermia grave causada pela exposição excessiva ao sol e ao calor. Nela, existe a perda da capacidade do organismo de controlar a própria temperatura, caracterizando-se por sintomas como febre, dor de cabeça, confusão mental, náuseas, pele avermelhada, quente e seca e até desmaios.

Essa condição é potencialmente perigosa e requer atenção imediata.

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Pressão alta & baixa

Alguns consumos alimentares, habituais em dias mais quentes (churrascos, petiscos salgados e bebidas alcóolicas, por exemplo) tendem a acarretar elevação da pressão arterial, maximizando a possibilidade de infarto ou AVC.

Já a dilatação dos vasos sanguíneos típica do calor pode ocasionar pressão baixa em algumas pessoas. Em ambientes muito quentes, o corpo redireciona o sangue para a pele a fim de resfriá-la, o que agrava a hipotensão.

+Leia também: Calor intenso e hipoglicemia: pessoas com diabetes devem ficar de olho!

Sombra e água fresca

A receita sombra e água fresca é providencial para combater o calor desmedido. Não é recomendável se expor diretamente ao sol: busque ambientes frescos e arejados, se possível com ar-condicionado. Banhos e compressas frias estão indicados em casos extremos.

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Como os casos de queda ou elevação da pressão não são raros, evite longos períodos em pé para não acabar desmaiando. Se isso ainda assim acontecer, deve-se permanecer deitado, com as pernas elevadas a fim de melhorar o fluxo sanguíneo.

Hidratação é a palavra-chave em dias quentes – água de coco também pode ajudar, ao contrário de bebidas alcoólicas!

E sobre a receita caseira de colocar sal embaixo da língua para regular a pressão, esqueça. O corpo precisa reter líquido e isso não acontece imediatamente com a ingestão de sal.

Pacientes com condições cardíacas pré-existentes, como hipertensão e insuficiência cardíaca, devem redobrar os cuidados, porque o risco é maior com o calor intenso, podendo desencadear infarto e arritmias.

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Use e abuse de chapéus e sombrinhas, sempre optando por roupas leves e claras. Procure comer comidas frescas, frutas e verduras e passe longe de alimentos muito condimentados, calóricos e gordurosos de difícil digestão.

Assim como acontece com a maioria das doenças que impactam o sistema cardiovascular, a prevenção é o melhor método para minimizar os impactos negativos deste calor com o qual estamos tendo que conviver.

*Marcelo Franken é diretor da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e gerente de Cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein.

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