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Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito
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Cardiologia abre passagem para a saúde 4.0

Pesquisa mostra que, para 77,2% dos profissionais de saúde, a tecnologia melhora os resultados dos tratamentos e a acuidade dos diagnósticos

Por Ieda Jatene, cardiologista*
22 dez 2023, 12h00
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A tecnologia pode beneficiar o trabalho dos médicos, em especial os cardiologistas. (Ilustração: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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Uma dose de tecnologia após o café da manhã. Este receituário hipotético poderia ser indicado para nós, médicos, por uma razão simples: é eficaz. E a grande maioria dos profissionais de saúde confia nesta prescrição. 

Uma pesquisa da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo junto a colaboradores da área aponta que 77,2% dos consultados concordaram que a tecnologia melhora os resultados das terapias propostas e a acuidade dos diagnósticos. 

Para 34,2%, o grande bônus com a aplicação das novas tecnologias é o monitoramento do paciente. Outros 34,2% acreditam que o engajamento aos tratamentos é facilitado na medida em que o médico se apropria de métodos interativos, por exemplo. E 19% pensam que os exames ganham qualidade com os processos de inovação. 

A telemedicina é um dos modelos mais emblemáticos ao falarmos de tempos modernos. Necessária na pandemia, mostrou sua eficácia e deu provas de que, quando bem utilizada, não corta a relação médico-paciente e ainda otimiza atendimentos, abreviando agendas e desafogando a alta demanda da saúde pública e privada. 

+Leia também: A síndrome de burnout e o coração feminino

Cerca de 40% dos doutores ouvidos realizam consultas online, no mínimo, de duas a três vezes ao mês. Destes, 19,2% lançam mão do recurso uma ou mais vezes por semana. 

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Outra solução que parece estar se popularizando nas clínicas é o Registro Médico Eletrônico (EMR). Trata-se de um programa integrativo, que mantém os dados do paciente em uma ficha digital única. 

Os EMRs facilitam o rastreamento das fichas cadastrais, identificam a necessidade de cuidados preventivos (como alergias e medicamentos ministrados) e monitoram a qualidade da recepção clínica. 

A pesquisa da SOCESP inquiriu os entrevistados e mais de 40% se declararam experts ou com nível avançado para fazer uso dessa ferramenta.

As respostas positivas sobre o emprego da tecnologia na medicina criam um círculo virtuoso, estimulando que os profissionais se interessem pelo tema. Ainda de acordo com o levantamento, 94,9% estão abertos para aprender mais sobre o assunto.

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O levantamento foi realizado pelo head de inovação do Instituto do Coração (InCor) e coordenador da Arena de Inovação do Congresso da SOCESP, Guilherme Rabello, e um time de colaboradores. Os respondentes eram participantes da última edição da Arena de Inovação e Tecnologia, evento que integrou o 43º Congresso da SOCESP, em junho de 2023. 

A arena conta com ciclos de palestras sobre as inovações da indústria 4.0 aplicáveis à cardiologia.

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Cardiologia de precisão

A cardiologia é uma das especialidades que mais se beneficia com a tecnologia. E isso por alguns motivos:

  • Rápida apuração, recuperação e correlação de informações
  • Monitoramento remoto e aperfeiçoamento da classificação de risco de pacientes em tempo real
  • Composição de tratamentos personalizados
  • Coleta, armazenamento e cruzamento automático de dados para aprimorar diagnósticos
  • Interpretação à distância 

Já entre os novos aparatos à serviço da cardiologia, smartwatches (cintos e pulseiras também) que detectam e notificam alterações no ritmo cardíaco; sensores em pequenos adesivos, que acompanham variáveis, incluindo pressão arterial; ecocardiogramas incrementados por inteligência artificial (IA) e suporte técnico para cirurgias com robôs. 

E vem mais por aí: sistemas de IA estão sendo desenvolvidos para medir, por exemplo, depósitos de placas nas artérias coronárias e prever risco de um ataque cardíaco nos próximos cinco anos. 

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Impossível dizer que todo este arsenal “do bem” desumaniza a medicina. Não há uma só destas novidades que não priorize a pessoa, seja o especialista, seja o paciente. Ao contrário, promove-se uma democratização dos atendimentos, muitas vezes, quebrando até barreiras geográficas, levando o melhor até onde ele não chegaria, não fosse a estrada da tecnologia.

*Ieda Jatene é presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP (gestão 2022/2023)

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