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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes

Solange Duprat: o valor de mostrar o diabetes tipo 1 na novela

Ficção pode ajudar a salvar vidas, desde que transmita informações corretas sobre a doença autoimune

Por Carlos Eduardo Barra Couri
12 abr 2025, 05h00
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Solange Duprat, interpretada por Alice Wegman, é portadora de tipo autoimune de diabetes (Globo/Reprodução)
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A novela das 9 da TV Globo sempre teve um papel central na casa dos brasileiros. Muito além do entretenimento, ela influencia comportamentos e leva temas sociais importantes para milhões de pessoas. E agora, com a personagem Solange Duprat, de Vale Tudo, temos uma oportunidade única de transformar a maneira como o diabetes tipo 1 é vista pela sociedade.

O que é o diabetes tipo 1

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, crônica e sem cura, que costuma surgir ainda na infância, adolescência ou juventude. Nessa condição, o corpo para de produzir insulina, o hormônio responsável por controlar a glicose no sangue.

A partir do diagnóstico, a pessoa precisa aplicar insulina todos os dias, para o resto da vida, além de monitorar constantemente seus níveis de glicose.

Segundo dados do Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil tem hoje cerca de 499 mil pessoas vivendo com diabetes tipo 1. E, apesar de ser tão comum, o desconhecimento e o preconceito ainda são grandes.

+Leia também: O que é diabetes tipo 1: sintomas, tratamento, exames e complicações

Por que a novela pode mudar tudo?

Ver uma personagem da novela das nove aplicando insulina, checando a glicemia, lidando com hipoglicemia ou simplesmente explicando o que é viver com diabetes tipo 1 tem um poder enorme: humaniza a condição e educa sem ser técnico.

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A novela da TV Globo tem alcance nacional, entra em milhões de lares, impacta todas as idades e classes sociais. É uma vitrine poderosa para reduzir estigmas, desconstruir mitos e informar com empatia.

Quebrando preconceitos com informação

Muita gente ainda confunde o diabetes tipo 1 com o tipo 2. Outros acreditam, de forma equivocada, que é causado por má alimentação ou falta de exercícios.

E há quem ache que “é só não comer açúcar” — quando, na realidade, o cuidado com o diabetes tipo 1 é complexo, diário e exige disciplina e apoio.

Mostrar na ficção cenas de aplicação de insulina, o uso de sensores de glicose, a presença do diabetes na escola, no trabalho ou em relações afetivas é uma forma poderosa de:

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• Combater o preconceito contra quem vive com a condição;
• Mostrar que o diabetes não é uma limitação, mas uma parte da vida;
• Inspirar famílias que convivem com a doença;
• Alertar sobre sinais de diagnóstico precoce em crianças e jovens;
• Incentivar a busca por informação confiável e acompanhamento médico.

+Leia também: Afinal, diabetes tipo 1 é deficiência? Entenda veto de Lula à definição

O papel da representatividade

Para quem vive com diabetes tipo 1 — principalmente crianças e adolescentes —, ver alguém como você na novela é um gesto de acolhimento. Traz pertencimento, autoestima, empoderamento. Para quem não conhece a condição, é uma porta aberta para a empatia.

E, acima de tudo, salva vidas. Isso mesmo. Já imaginou quantas pessoas vão procurar um médico após verem uma cena na novela que se parece com o que elas ou seus filhos sentem?

Ou quantas famílias vão perceber que aquele cansaço, sede excessiva ou perda de peso pode ser sinal de algo mais sério?

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Informação acessível é saúde pública

O Brasil ainda sofre com desinformação em saúde. E a televisão — especialmente em horário nobre — tem o poder de democratizar o acesso ao conhecimento. É saúde pública em forma de ficção.

Por isso, incluir uma personagem com diabetes tipo 1 em uma novela popular é mais do que um acerto de roteiro. É um serviço à sociedade, desde que as informações ali transmitidas reflitam a realidade e não induzam a condutas erradas.

Espero que a personagem de Vale Tudo abra espaço para conversas reais, ajude a romper barreiras e, principalmente, coloque o diabetes tipo 1 no centro da atenção e do cuidado que ele merece.

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