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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Quando a gordura se acumula no fígado − e em outros órgãos

Nosso colunista chama a atenção para o depósito de gordura em fígado, rins, coração... E suas perigosas consequências para a saúde

Por Carlos Eduardo Barra Couri
Atualizado em 27 fev 2023, 16h46 - Publicado em 27 fev 2023, 16h46

Você tem excesso de gordura no fígado? Então pode ter também excesso de gordura em outros órgãos!

Talvez você já conheça o termo “esteatose hepática”, que faz referência ao depósito de gordura no fígado. Essa condição acomete cerca de 30% da população mundial e 80% das pessoas com diabetes. Está intimamente ligada (mas não somente) ao ganho de peso, especialmente à barriga.

A doença hepática gordurosa não alcoólica, outro nome científico do quadro, é uma das causas de fibrose e cirrose, podendo levar o órgão à falência. Ela é diagnosticada com a ajuda de exames de sangue e do ultrassom de abdômen, recursos nada exorbitantes e disponíveis em boa parte do território brasileiro.

O fígado é um dos locais em que mais facilmente detectamos o excesso de gordura ectópica, aquela que fica fora do tecido adiposo (as tais células de gordura). Mas os especialistas estão percebendo que quem tem gordura no fígado costuma ter um acúmulo de gordura anormal em outros órgãos vitais, como o coração e os rins.

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Esse depósito gorduroso não está isento de riscos à saúde. Mas o fato é que existem obstáculos para identificar e dosar sua presença ao redor desses órgãos.

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O primeiro: esse é um tema ainda pouco aprofundado entre a classe médica. Há dificuldades para estabelecer os limites normais e patológicos de gordura nessas regiões do corpo.

Segundo ponto: exames para detectar gordura no coração e nos rins não são fáceis de realizar nem se encontram disponíveis na maioria das cidades. Eles exigem pessoal capacitado e softwares específicos nos aparelhos de tomografia e ressonância.

Mas é um assunto que não dá para jogar debaixo do tapete. O excesso de gordura na região do coração pode colaborar para o entupimento das artérias que irrigam o músculo cardíaco, promovendo infarto, arritmia ou insuficiência cardíaca.

O acúmulo gorduroso nos rins, por sua vez, pode ocasionar uma pressão física sobre esse par de órgãos, contribuindo para a insuficiência renal ou mesmo o surgimento da hipertensão arterial − a pressão é controlada por substâncias produzidas pelos rins.

+ LEIA TAMBÉM: O que está mudando no tratamento do diabetes

E, pasmem, o excesso de gordura ectópica pode aparecer e comprometer até a área do pescoço e da língua, favorecendo a apneia do sono, condição associada a roncos e paradas temporárias na respiração enquanto a pessoa dorme.

Por fim, o depósito de gordura pode se encontrar até no pâncreas e reduzir a capacidade desse órgão fabricar insulina, o que se torna mais um fator para o surgimento do diabetes nas muitas pessoas com propensão à doença.

Mas tem boa notícia nessa história. Um dos mecanismos pelos quais a cirurgia bariátrica e os novos medicamentos para obesidade diminuem o risco de problemas cardíacos e outras complicações é justamente pela redução do volume de gordura entre as vísceras.

Da mesma forma, um estilo de vida saudável e o tratamento do excesso de peso como um todo podem ajudar a combater (e prevenir) o depósito de gordura em locais em que ela não deveria ser encontrada além da conta. Isso vale para o fígado, mas também para muitos outros órgãos nobres.

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