Em estudo, novo medicamento oral reduz 13% do peso em 12 semanas
Destaque no Congresso Europeu de Diabetes, a amicretina atua em dois receptores diferentes e é aguardada com expectativa pela comunidade médica
Um dos grandes destaques do Congresso Europeu de Diabetes em Madri 2024 foi a apresentação do primeiro estudo em humanos com a molécula amicretina. Trata-se de um medicamento via oral que atua em dois receptores hormonais diferentes: do GLP-1 (ou incretina) e a amilina — daí o nome.
O receptor GLP-1 atua nos centros de apetite e saciedade no cérebro, desacelera o esvaziamento gástrico pós-refeição e atua na secreção de insulina e glucagon pelo pâncreas. Já os receptores de amilina atuam nos centros de fome e saciedade, dentre outros efeitos.
Por ser um estudo de fase 1, mais inicial, foram incluídos 44 participantes num seguimento de 12 semanas para avaliar a segurança e eficácia. Todos tinham sobrepeso ou obesidade sem diabetes. Os voluntários tinham em média 38 anos de idade, 92 kg de peso e índice de massa corporal de 31 Kg/m2.
Metade tomou um placebo, metade recebeu o medicamento real. Ao final de 3 meses, a redução média de peso foi de 13,1% no grupo que utilizou a maior dose (50mg) 2 vezes ao dia. O grupo que recebeu placebo perdeu apenas 1,2% do peso corporal.
Só para ter uma ideia, no mesmo período de 13 semanas, os estudos com semaglutida 2,4mg (Wegovy), medicamento injetável, mostraram redução de cerca de 6% de peso. Mas vale destacar que este estudo não foi comparativo e por isso não podemos ser categóricos nessa análise.
E mais: o gráfico ainda apontava possibilidade de queda ainda maior se houvesse seguimento por mais tempo, pois ao final de 132 semanas a direção da linha do gráfico ainda era de queda, longe de um platô.
Os principais efeitos colaterais foram os gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia e constipação intestinal, com intensidade leve a moderada.
Novos estudos número maior de participantes e com seguimento mais longo estão previstos. A amicretina, assim como a semaglutida, faz parte de uma nova geração de medicamentos para a obesidade, que atua modulando os hormônios relacionados ao processo digestivo e à fome e saciedade.
Mais e mais drogas vão chegar às prateleiras nos próximos anos. Enquanto isso, vamos manter um estilo de vida saudável.
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