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Pediatras e outros experts da Sociedade de Pediatria de São Paulo discutem e ensinam medidas básicas para a criançada se desenvolver com saúde
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Redes sociais na infância: quais os limites?

As crianças e os adolescentes de hoje já nasceram em um mundo conectado na internet. Mas isso não significa que o acesso deva ser ilimitado

Por Tania Zamataro*
Atualizado em 4 set 2019, 12h02 - Publicado em 6 jun 2018, 14h35
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  • Não há como negar a importância da internet atualmente. Por causa dela, temos acesso a informação, educação, comércio, lazer, entretenimento e, principalmente, comunicação. Nesse contexto, o destaque são as redes sociais. Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo têm perfis e compartilham fotos, arquivos, ideias e mensagens em plataformas como Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram, Youtube, entre outras.

    Apesar de todas as vantagens que esses espaços oferecem, eles também são considerados a face mais perigosa do universo virtual. Isso porque as crianças são colocadas diante de uma tela cheia de possibilidades e informações quando ainda estão desenvolvendo a capacidade de discernir o que é verdadeiro ou falso e bom ou mau. Assim, a rede vira uma porta aberta para diferentes perigos.

    Então, como permitir que a chamada geração Z, que não conhece a vida sem a internet, possa usá-la com segurança?

    Para isso, a educação e a supervisão rigorosa dos pais são fundamentais. Entre as medidas importantes estão: orientar a criança e o adolescente sobre o conceito de risco e segurança online; falar abertamente sobre conteúdo permitido, atividade inapropriada, ciberbullying, perseguição, fraudes e riscos de divulgação de informação pessoal; e ensinar sobre responsabilidade e bons costumes online, mostrando o impacto que ações ruins podem causar, uma vez que o compartilhamento de dados ocorre de forma instantânea. Aliás, é preciso frisar que a remoção de conteúdo virtual é morosa e difícil – às vezes, até mesmo impossível.

    Além de oferecer essas instruções básicas, é crucial manter uma linha de comunicação aberta com seu filho sobre as experiências na rede. Assim, ele se sentirá confortável para dizer se é vítima de algum tipo de abuso online, por exemplo. Se possível, outra boa estratégia para garantir mais segurança na navegação da criança é passar algum tempo online junto com ela para verificar seu comportamento e monitorar suas atividades.

    Veja as dúvidas mais comuns dos pais quando o assunto é internet:

    1. Criança pode ter perfil em rede social?
    Sim, respeitando a idade de 13 anos ou mais para a maioria das plataformas (e 16 anos para o WhatsApp). Para menores de 13 anos, há redes específicas, como Kidzworld, GromSocial, Club Penguin, Yoursphere, GiantHello, etc.

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    2. Ele tem menos de 13 anos, mas é o único da classe que não tem perfil no Facebook. Devo permitir que entre mesmo assim?
    Falsidade ideológica é crime em todas as esferas. Portanto, mentir a idade para poder fazer um perfil não é aconselhável. Você pode abrir um perfil em conjunto, mas deve monitorá-lo de perto.

    3. Mecanismos de controle parental, como softwares, funcionam?
    Sim, para crianças menores. Eles limitam o acesso a determinados conteúdos e até o tempo de navegação. Para as maiores, que podem acessar a rede em outros dispositivos à distância (smartphones, lan houses), o diálogo e a educação online são os melhores aliados.

    4. Devo ter a senha de acesso das redes de meus filhos?
    Se eles forem menores de idade, sim. Geralmente, isso é válido até os 14 ou 15 anos. Acima dessa idade, conforme o perfil do adolescente, dá para liberar um pouco mais. Mas, nesses casos, você pode ser um amigo virtual e, assim, monitorar os posts e as publicações. Não é 100% eficaz, mas ajuda.

    Agora, conheça os principais ensinamentos para transmitir aos filhos:

    • Evite publicar fotos íntimas suas ou de familiares
    Elas ficarão para sempre na internet e poderão ser utilizadas por pedófilos, etc.

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    • Não revele dados pessoais
    Isso vale para telefones, endereços residenciais ou da escola, horários que frequentam determinados estabelecimentos. E não faça check-in em algumas redes. Essas informações podem ser usadas por sequestradores ou outras pessoas mal-intencionadas.

    • Não adicione pessoas que não conhece a sua rede social
    Há o risco de desse comportamento resultar na exposição exagerada e suas consequências.

    • Não marque encontros com qualquer pessoa (principalmente se for desconhecida) sem avisar os pais
    Essa atitude traz muitos riscos, inclusive de morte. Você nunca sabe quem se esconde por trás de um perfil de rede.

    • Evite postar algo que você não falaria pessoalmente
    Esconder-se atrás do anonimato na rede é covarde. Fora que não é seguro, uma vez que o perfil pode ser identificado.

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    • Denuncie se vir alguém fazendo bullying, discriminando ou ameaçando uma pessoa
    Além de isso ser crime, você poder ser acusado de coparticipação. E as consequências podem ser muito danosas à vítima – há até quem cometa suicídio por esse motivo.

    *Dra Tania Zamataro é pediatra e presidente do Departamento de Segurança da Sociedade de Pediatria de São Paulo

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