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Maio Amarelo: os invisíveis no trânsito

Uma mulher com deficiência visual conta, a partir de uma experiência própria, como precisamos ser mais respeitosos e inclusivos no trânsito brasileiro

Por Bianca Lima de Oliveira, pessoa com NMO*
16 Maio 2024, 08h42
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    Bianca Oliveira continua andando pelas ruas, apesar da deficiência visual (Foto: Bianca Oliveira/Reprodução)

    Ainda lembro bem quando me coloquei em perigo como pedestre à noite. Logo eu, que tenho baixa visão por causa da neuromielite óptica (NMO), uma doença rara

    Explico: fui para uma consulta, mas ela demorou mais do que o esperado. Quando me dei conta, já havia escurecido. 

    Acontece que sofro com fotofobia, uma sensibilidade extrema à luz. E isso não me permite olhar para os faróis dos carros. Usar óculos escuros ajuda, mas não resolve – com eles, não consigo enxergar onde piso à noite. 

    Mas lá estava eu saindo da consulta e precisando voltar para casa. As luzes dos carros ofuscavam minha visão e olhar o trânsito já não era possível. Então tracei um plano: caminhar de cabeça baixa com os olhos fixos olhando para o chão até o ponto de ônibus. 

    Estava indo tudo bem. Até que o desespero bateu ao me deparar com uma faixa de pedestres num cruzamento, e ver todos atravessando apressadamente. Justo eu que tem mobilidade reduzida! Pois é: a NMO também pode afetar a locomoção. 

    +Leia também: O impacto do trânsito na saúde mental

    Sei que meus passos curtos e esforçados não combinam com o relógio de quem está atrasado. Até entendo, porque o mundo não enxerga deficiências invisíveis como a minha, muito menos a finalidade do colar de girassol que uso.

    Mas a impaciência dos motoristas é um comportamento comum que anula a empatia e aumenta consideravelmente os riscos de acidente no trânsito. Dessa vez, eu me safei, apesar do medo. Mas sabe por que nos sentimos vulneráveis?

    Porque, seja com ou sem deficiência, vivenciamos a falta de educação no trânsito cotidianamente.  O que custa respeitar o semáforo, a faixa de pedestres, as sinalizações, a vaga exclusivas para idosos e deficientes?

    Nessa matemática, o que vale mais? Seus dois minutos ou a vida de alguém?

    O Maio Amarelo serve para conscientização sobre acidentes no trânsito. O respeito salva e a imprudência mata anualmente milhares de pessoas no Brasil. Por isso, alerto: o limite de velocidade deve ser respeitado, e o seu veículo precisa estar com os equipamentos de segurança em dia. 

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    Essas recomendações não são apenas para me proteger como pedestre. Se você parar para pensar, estará salvando sua vida também. O pior cego é aquele que não quer ver!

    *Bianca Lima de Oliveira tem neuromielite ótica (NMO) e gosta de dizer que está superando as sequelas dessa condição.

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