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Remédio ou cirurgia? Tratamento da obesidade pode incluir os dois

Tratamento da obesidade deve ser multimodal, com espaço para diferentes tipos de abordagem que se complementam

Por Ricardo Cohen, médico cirurgião*
3 dez 2024, 12h03
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A cirurgia bariátrica é uma das formas de tratar a obesidade (Arte em papel: Nechaeva/Getty Images e O.Silva/Veja Saúde)
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A obesidade é uma doença crônica, complexa e multifatorial que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, representando um dos maiores desafios de saúde pública.

Além de estar associada a complicações graves como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e doenças cardiovasculares, ela também impacta negativamente a saúde mental e a qualidade de vida, perpetuada pelo estigma contra a doença, que ignora suas bases genéticas e metabólicas.

Entre as intervenções disponíveis, a cirurgia metabólica e bariátrica é o tratamento mais eficaz para a obesidade grave e suas complicações. Procedimentos como o bypass gástrico e a gastrectomia vertical promovem perda de peso sustentadas e remissão de doenças associadas, como diabetes tipo 2.

O mais fascinante é que estudos mostram que esses benefícios muitas vezes ocorrem independentemente da perda de peso, graças às alterações hormonais induzidas pela cirurgia.

No entanto, sendo a obesidade uma enfermidade crônica e reincidente, nem todos os pacientes alcançam resultados ideais, e alguns podem apresentar reganho de peso a longo prazo. Assim como no câncer, onde múltiplas modalidades terapêuticas são usadas em conjunto, a obesidade pode exigir uma abordagem integrada para otimizar e manter os resultados.

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Avanços recentes introduziram medicamentos como semaglutida e tirzepatida, que têm demonstrado eficácia em perdas de peso superiores a 15%, além de benefícios no controle glicêmico e redução do risco cardiovascular. Embora promissores, esses medicamentos têm limitações, incluindo respostas variáveis e descontinuação devido a efeitos colaterais.

É nesse contexto que a combinação de medicamentos e cirurgia se apresenta como uma estratégia robusta para maximizar os resultados. Recentemente a Federação Mundial de Cirurgia para a Obesidade (IFSO) publicou no British Journal of Surgery, novas diretrizes que orientam sobre como integrar essas abordagens:

  • Terapia neoadjuvante: medicamentos podem ser usados antes da cirurgia para reduzir o peso inicial e os riscos perioperatórios.
  • Terapia adjuvante: após a operação, eles ajudam a manter a perda de peso e a prevenir reganho.
  • Diminuir casos de revisão cirúrgica: remédios podem ser prescritos antes de novas intervenções em casos de resultados insatisfatórios.
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Interessante salientar que estudos com forte evidência cientifica mostram que pacientes submetidos à cirurgia bariátrica e metabólica apresentam maior eficácia e menos efeitos colaterais ao usar medicamentos do que aqueles que não passaram pela cirurgia.

+Leia também: Dossiê bariátrica: 17 perguntas e respostas sobre a cirurgia

Apesar do potencial, desafios permanecem. Faltam estudos de longo prazo que avaliem a eficácia e segurança da combinação, além da necessidade de critérios claros para seleção de pacientes. A superação do estigma também é crucial, pois a obesidade é frequentemente mal compreendida como “falta de força de vontade dos portadores da doença”.

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Estamos numa era de transformação no tratamento da obesidade. A integração de medicamentos e cirurgia representa uma abordagem personalizada com potencial para melhorar significativamente a saúde e a qualidade de vida de milhões de pessoas. O momento de agir é agora.

*Ricardo Cohen é head do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Presidente Global da Federação Mundial de Cirurgia para a Obesidade (IFSO)

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