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Querer ser priorizado na fila da vacina é questão de sobrevivência

Integrantes de associação que defende pacientes com doenças respiratórias discutem necessidade de maior apoio do Estado em matéria de prevenção e tratamento

Por Paula Menezes e Flávia Lima, representantes da ABRAF*
Atualizado em 16 jun 2021, 10h13 - Publicado em 16 jun 2021, 10h07
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  • Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil e diante da previsível escassez de vacinas a toda a população para imunização imediata, iniciou-se uma corrida pela priorização. Diversos grupos passaram a clamar e justificar por que deveriam constar na lista de prioridades do Plano Nacional de Imunizações.

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    Pessoas com doenças crônicas respiratórias, claro, se incluem nesse movimento. Desde o começo da vacinação, questionam a nós, representantes dos pacientes, por que tinham que esperar tanto. As pessoas com asma, ainda que de fora dos grupos de risco, acostumadas a viver com medo das crises, também sonhavam estar na lista.

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    A falta de uma diretriz clara do Governo Federal traz brechas para que os estados e municípios definam suas prioridades. Em Recife, por exemplo, os pacientes de doenças raras conquistaram o direito de serem vacinados de forma prioritária, enquanto que em tantos outros locais isso não é uma realidade.

    A verdade é que não faltam boas razões para priorizarmos diversos grupos negligenciados. Mas quando tudo é exceção, a exceção deixa de existir. E quando todos estão com receio e pedem socorro, temos que pensar que há outros motivos além do medo do coronavírus.

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    Não é por razões subjetivas que os pacientes de doenças cardiorrespiratórias pedem tal priorização. Eles sabem que não são tratados de forma adequada, que sua “doença de base” não recebe o devido cuidado do Estado e, portanto, são frágeis.

    É o caso dos pacientes com hipertensão pulmonar. Muitos deles necessitam de mais de uma medicação para sobreviver, mas, com o atual protocolo do Ministério da Saúde, só têm direito ao tratamento com um medicamento. Há mais de cinco anos esperam por novas drogas capazes de oferecer melhor qualidade de vida.

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    Já os pacientes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) veem a incorporação de novas tecnologias no SUS com esperança. Mas há meses aguardam a publicação do protocolo e a devida disponibilização dessas medicações.

    Quando olhamos para além da busca por “privilégios”, vemos que a Covid-19 apenas tem escancarado o descaso do governo com os pacientes de doenças cardiorrespiratórias. Em um cenário de desamparo, a vacina, que pode salvar vidas, é objeto de ansiedade e de espera. Pacientes que já estão desesperançosos, sentindo no corpo a falta de mais opções de tratamentos e de um cuidado maior por parte do Estado, veem na vacina um fôlego para continuarem vivos.

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    * Paula Menezes é advogada e presidente da Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (ABRAF); Flávia Lima é jornalista e líder da ABRAF em Brasília

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